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Contos-->Era de aquário -- 10/06/2003 - 15:33 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando houve a passagem do milênio(ninguém sabe se já tinha passado ou não), milhares de videntes, carentes, pingentes e parentes disseram que o mundo estaria mudando o seu posicionamento. A Era de Aquário, o fim da miséria da fome, da guerra, blá-blá, etc e tal chegou. Sem zombar, sendo apenas sarcástico, esqueceram de falar ao presidente George W. Bush que a era havia chegado.
Bush, dono do aquário globalizado neoliberal, está dizendo a todos que somos peixes, e podemos nadar conforme os interesses anglo-saxões pelo planeta.
Somos peixes, sem direito a isca, apenas nadamos enquanto podemos. E quando vi as crianças mutiladas na guerra contra o Iraque não consegui ver a era de paz que aquário traria. E não preciso falar das quatro mil pessoas que morrem todos os dias de malária nos continentes americano, africano e asiático.
É, esqueceram de dizer aos mandatários que a falta de equilíbrio social não estava nos planos da "era de aquário". Bem fizeram os céticos deixando de lado os comentários excessivamente otimistas, tomando suas champanhes, chás ou vinhos enquanto a humanidade delirava esperando gnomos e duendes saltitando pelas ruas e casas com doces e promessas.
A era não veio, como já se esperava. Mas na África morrem todos os anos milhares de pessoas em guerras tribais, em terras ricas em diamantes, ouro e petróleo. Esqueçamos as desgraças latino-americanas.
A África nem sequer pode entrar na era de aquário, já que os desertos do Saara e Kalahari continuam quentes, querendo se expandir. Além disso os brancos capitalistas continuam estimulando as guerras e vendendo suas armas, na tentativa de despovoar as ricas terras e recolonizar com as etnias mais informadas e acostumadas ao consumismo, coisa de aquário mesmo.
Peixes neoliberais que somos, estamos esperando os restos da tecnologia, da comida, da boa vontade dos senhores da guerra Bush e Blair.
Talvez a "era de aquário" tenha passado muito rápido, questão de trinta segundos. Já tivemos a era da ditadura militar, do messianismo medieval, da intelectualidade fernandiana, agora temos a era da vernaculalidade luliana, a que mais esperança nos ofereceu nos últimos anos.
Mas me sinto como o peixe do aquário, que assiste a vida dentro da redoma de vidro enfeitada com pedras e plantas, sem a possibilidade de conhecer o mundo como realmente é, virtualizando a vida pelo computador.
É um aquário.
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