O CARVALHO E A OLIVEIRA
Dividindo o mesmo espaço na terra,
o Carvalho e a Oliveira, erguem-se frondosamente,
em seus robustos troncos de profundas raízes.
Aplaudindo o vento que passa, no aceno de suas folhas,
ou inclinando seus ramos em reverencia a ventania forte,
são exibicionistas de um frescor, fadados na vaidade da cor da clorofila.
A tudo presente, agasalham garbosamente sob seus galhos,
o necessitado pelo amparo de suas sombras, ou,
deixam que suas raízes sirvam de assento para o moribundo enfadado do andarilho,
a refazer as suas forças no caminho vencidas pelo cansaço.
Bons companheiros, possuem visto de permanência pela natureza.
O percurso de suas vidas será sempre o de amigo para seus apreciadores.
Espécies de destaque, orgulham-se em fazerem parte da história da humanidade.
A beleza com que se sobressaem, chama a atenção pela esmera e fascinante representação do natural.
Mas, a tudo isso, criva-se uma divergência, quando, o Carvalho enfuna o peito e diz: - Sou o preferido pelos reis, apontado como o forte, nas montanhas me encontro, entre as madeiras nobres sou cotado.
A Oliveira o rebate dizendo: - Por seres forte, belo, preferido e precioso, não me negas o que sou, quando em minha singular expressão vou seguindo a minha missão.
Com alimento e azeite, alcanço a todos com minhas dádivas.
Fui escolhida para anunciar a Noé, que as águas do diluvio estavam rasteiras.
Fui também santuário para o Mestre Jesus, quando no monte do meu hábitat em oração,
a morte repugnou e nos braços do Pai se refugiou.
Sou também por Ele apontada como exemplo seu, quando os gentios acatou.
Obrigado a concordar com a afirmativa, o Carvalho logo se encurvou diante da veracidade de que, o valor não está na qualificação dos dotes, o valor está em se possuir dotes na utilidade a que ele se prestar.
O Carvalho e a Oliveira nos revelam o homem que elevado pelo eu posso, eu sou, eu faço, esquece que ao seu lado, caminha um outro homem que também pode, é, e faz.
Entre os homens, existem muitos Carvalhos e Oliveiras, não na referencia sobrenome, mas, no comportamento de suas prestezas.
Aprendamos a lição de que somos únicos...mas não sós....
Jair Martins - 16/03/02 - 17:15h
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