Repara, ó brisa que passa,
Nas linhas da jovem manhã.
Nos sons e nas formas, repara:
O mundo nasceu de manhã.
És sopro e, tão breve, já passas
Que, vendo teu rastro, contemplo
As vidas, sorrisos que traças
E deixas, num sopro, ao relento.
Esqueces, ó brisa, que basta
Um toque - leve movimento -
P ra veres dançarem com graça
As linhas perpétuas do Tempo?
Procuro teu sopro e te encontro
Sorrindo e sonhando, e, enfim,
Nos braços te abraço e, de pronto,
Te vejo passares por mim.
Passaste, também, por minha vida
Ó brisa, e, dos meus pensamentos
Partiste, e uma eterna partida
A mim me deixaste, com o vento.
© Brenno Kenji
08.10.2000
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