Usina de Letras
Usina de Letras
125 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O Comunismo É Assim -- 05/09/2022 - 13:04 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                  O Comunismo é Assim

 Meu avô era filósofo de raiz, muita gente

o procurava. Para crianças e gente que não cresceu

respondia com parábolas, mais fácil de aprender e na

mente as fixar, Ele e Cristo sabiam disso.

       Falava-se por ali muito de comunismo.

-Vô o que é comunismo?  -Comunismo é assim:

Uma casa grande onde vivia uma família foi dividida e

entregue a várias famílias, um aperto danado, todo o

mundo tinha um teto, mas era um teto apertado.

Um dos contemplados foi reclamar com o chefe do quarteirão:

A casa é muito pequenina, família grande, dá para ajudar?

O chefe do quarteirão não disse que sim nem que não,

Vou ver o que posso fazer.

Uns dias depois voltou lá com a mesma  choradeira. O chefe do

Quarteirão,  disse então: . Estou  procurando , mas agora preciso de

um favor seu: tenho que achar um lugar para este bode ficar, leve-o

para sua casa até que eu ache um bom lugar para os dois.

O pobre homem chegou em casa com o bode, não havia outra solução.

Para o chefe do quarteirão não se pode dizer não.

O purgatório virou inferno  o bode defecava  pela casa inteira, um cheiro

Insuportável, comia tudo que havia, a fome crescia.

Lá vai o coitado de joelhos a suplicar para o bode ali ficar.

-Ando bem preocupado com a sua situação, peço-lhe mais uns dias, estou perto

de resolver, quero muito o atender.

O infeliz voltou amargurado, nem se sabia se era ele ou o bode o mais coitado.

Dali a uns dias chegou alguém para levar o bode finalmente.

A família abraçada, ria, chorava, do bode havia se livrado , mas Jamais voltaria aquele lugar para de qualquer coisa reclamar.

Por uns dias andei com  isto na minha cabeça, coitada daquela família!... O tempo passou, o foco mudou, mas a lição ficou.

                                                                                                  Lita Moniz

 

 

 

Comentarios

Lita Moniz  - 25/09/2022

Agradeço esta bela reflexão sobre como o meu avô via o comunismo. Realmente ficou a lição, mas com o tempo veio a mim outra verdade que sobrepus à do meu avô: a perda do Livre arbítrio, nem Deus fez isso com a humanidade, deu-nos liberdade para errar e aprender com os erros, Esse regime quer ser mais do que Deus, mandar na vida, na alma, até nos nossos pensamentos, e há quem troque isto por um pedaço de pão, por um teto, mesmo que seja um teto apertado. O pior é o que o bode vem junto. Obrigada por ler meus textos, por me incentivar a continuar nisto de escrever.

Jan Muá  - 08/09/2022

Trata-se de um belo texto que toca, essencialmente, a luta pela vida, aliás uma temática bem humana, há séculos vista com olhos de profunda análise no livro "Os trabalhos e os dias" de Hesíodo (século VIII a. C.). A inspiração estrutural do texto nasce do pensamento do vovô quando perguntam a este "o que é o comunismo". E o vovô responde com sentido prático, indo mais na direção do comunitarismo: "Uma casa grande onde vivia uma família foi dividida e entregue a várias famílias, um aperto danado, todo o mundo tinha um teto, mas era um teto apertado." Neste "teto apertado" está o limite. Este limite gera a necessidade. Socialmente, a necessidade deve ser ajudada pelo poder público com políticas adequadas. Desenvolvendo a narrativa, a autora mostra o poder público (o chefe do quarteirão) cinicamente omisso frente às andanças da pobreza e da miséria. Em vez de ajudar, o poder explora com desonestidade e frieza impondo fardos desagradáveis (caso do bode) a esta família pobre que lutava por sobreviver. Impotente e desatendido, o antigo reclamante e sua família se recolhem desiludidos. Libertos, entretanto, quando o bode do chefe do quarteirão foi retirado do cubículo onde viviam, celebraram com alegria e festa. A omissão, o abuso de poder, a humilhação e o cinismo de quem podia e devia ajudar ficaram como lição de um passado. Vivendo experiências tão tristes, a família aprendeu a lição. Se recolheu em si mesma com orgulho e passou a enfrentar por si própria a luta que lhe cabia. Sabendo agora que o poder corrupto e cínico sem moral e sem lei se serve a si próprio e não ajuda ninguém.

O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 6Exibido 271 vezesFale com o autor