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Artigos-->PROMESSAS POLíTICAS E REALIDADES SOCIAIS -- 12/09/2022 - 13:35 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PROMESSAS POLÍTICAS E REALIDADES SOCIAIS

João Ferreira

13 de setembro de 2022

 

O ser humano tem como característica raciocinar e acreditar no outro como forma de tolerância e convivência social pacífica.  

Mas esse mesmo ser humano também ensaia comportamentos de fazer sua reserva em relação a promessas fáceis e autoelogios do outro sobretudo quando se trata de candidato ao exercício do poder público.

A promessa tornou-se, no decorrer da história humana, a base mais importante para a credibilidade das religiões. Jesus Cristo pregou o Reino de Deus e prometeu como compensação o Paraíso aos que nele cressem. O povo de Israel fez sofrida e longa caminhada em direção à Terra Prometida. As igrejas renovam as promessas bíblicas ao divulgarem as mensagens salvadoras.

No plano social das mais destacadas comunidades humanas há o juramento com a mão sobre a Bíblia dos Presidentes dos países que escolheram a democracia como regime de Estado e de Governo. Os médicos fazem, ao se formarem, o juramento hipocrático que é um compromisso de deontologia médica no exercício da profissão.

No seio das religiões ou no quotidiano das instituições laicas, a promessa assume um caráter de sacralização. Torna-se coisa sagrada ao se proclamar um compromisso.

Na rota histórica de seu intenso uso, a promessa apesar de seu forte vínculo moral, foi perdendo um certo ar de sacralidade em troca de uma simples capa laica. Essa capa de laicidade dá por vezes aos candidatos uma ilusão perigosa. Essa ilusão converteu-se na facilidade com que manipulam a promessa na TV, na rádio, nas redes sociais e no próprio palanque onde dirigem seus discursos à multidão.

Essa facilidade não tira, porém, à promessa, sua melhor essência que é a do compromisso.

Em vista disso, é fundamental que, ao fazer suas promessas, o candidato se convença que está assumindo a obrigação de cumprir, se eleito, o que está prometendo.

Esta é a linha moral que rege o compromisso. E sem linha moral, o compromisso vira depredação moral do voto.

Compromisso ou promessa   tornou-se, por isso, um “ente sagrado” da moral social.

Político que ignora este laço vinculante e pensa apenas no poder como poder, macula a lógica do contrato de poder entre ele e seu eleitor. O voto representa a confiança nas promessas.

Governar é tomar consciência dos direitos da cidadania. Entre esses direitos estão aqueles que fazem parte das promessas do governante.

Não pode um administrador público prometer seiscentos reais, no palanque, nas redes sociais ou nos cercadinhos, como auxílio Brasil e no segredo dos deuses mandar colocar quatrocentos e cinco reais no orçamento de 2023.

Os detentores do poder sabem que as promessas  são seu grande trunfo junto do povo eleitor.  O eleitor manifesta a confiança na promessa votando no candidato. Esta é a essência do  esquema eleitoral.

O poder é hoje uma loucura para muitas pessoas. Elas se sentem atraídas pelas benesses inerentes a altos cargos como  o da Presidência da República do Brasil.

Há em certos candidatos uma volúpia real que se instala na sua fantasia e vontade. É um desastre quando esses candidatos dão prioridade à fantasia e deixam de lado a realidade dos espinhos do cargo, assim como os compromissos que proclamaram  com os eleitores.

Governar o Brasil tem como essência o ato de administrar os interesses do país e colocar na agenda do Presidente, não os interesses do ocupante do cargo, e sim os interesses da comunidade brasileira.

Para que isso aconteça é fundamental que a governança organize com prioridade a agenda da cidadania a que têm direito os cidadãos brasileiros. Dessa agenda é essencial, no Brasil atual, a elaboração urgente de políticas públicas para atender a necessidade social de metade da população que não tem renda para viver dignamente e sem fome.

A atual revolução do poder no Brasil é apenas esta: olhar o país, olhar o Estado, olhar o município, olhar a cidade, olhar as contas e dar prioridade às comunidades e às pessoas. Educar, dar emprego, criar renda, proporcionar aos cidadãos, sejam eles velhinhos, adultos, jovens ou crianças, no seio de suas famílias ou na realidade de sua situação social, a serem pessoas com vida digna, consciente e livre, dando para eles uma realização humana em todos os níveis.

João Ferreira

13 de setembro de 2022

 

 

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