O time que temos visto jogar, nessa eliminatória sul-americana, não parece em nada com o que se pode chamar de seleção brasileira. Mesmo ontem, na vitória diante da Argentina. Vitórias como a de ontem reforçam esse novo "estilo" de jogo, no qual se prega que "o que interessa é a vitória". Tenho pensado sobre isso, desde há muito. Vejam só; a partir da nossa derrota na Espanha, em 82, parece que passamos a conviver com um falso dilema: o que é melhor: jogar bem e perder ou jogar mal e vencer? Ora, melhor é, sem dúvidas, jogar bem e ganhar! Só que aquela derrota foi traumática demais. E muitos, até hoje, se apavoram, quando vêem um São Paulo, este sim jogando bem e dando show, perder a decisão da Copa do Brasil... Batem no peito e exclamam: "Viu só? Do que adianta jogar muito e não ganhar nada?"
Acontece, que somos meros torcedores; nossa alegria é (ou deveria ser!) ver a nossa seleção jogar o nosso futebol, que é, indiscutivelmente, o mais técnico do mundo! Não recebemos gratificações nem prêmios por vitórias obtidas; a nossa única recompensa é a satisfação de poder assistir a uma seleção brasileira jogar como tal e, como consequência disso, conseguir, assim, a vaga para a Copa de 2002.
Hoje, é muito mais interessante poder ver alguns times brasileiros jogando (como o São Paulo, o Cruzeiro, o Atlético) do que assistir e torcer (!) pela seleção nacional.
Vencer só por vencer é algo que interessa apenas aos que obtém ganhos com isso: emissoras de tv (e a imprensa como um todo), patrocinadores e, é lógico, aos "atores" envolvidos (os próprios jogadores e membros da comissão técnica).
Para nós, simples e mortais torcedores, a beleza e o fascínio estarão sempre dentro do campo: nas jogadas de efeito, nos "gols de placa"...
Vamos esperar que, ainda nessa eliminatória, a seleção brasileira possa surgir, para entrar em campo e jogar no lugar dessa que aí está; a seleção de Luxemburgo! |