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E da luz foram seus olhos... Fica modelarmente impresso na história cinematográfica universal. De estilo inconfundível, se algo imitava, as plateias nunca lograram descobrir-lhe o paradigma. Peck brotava conteúdo na tela e quanto mais lentas as imagens decorressem, mais a sensação fazia subir as emoções. Quantas coroas e escudinhos esgravatei à surrapa no puído bolsinho do colete de meu pai para me sentar em êxtase nas gerais do Parque das Camélias, do Carlos Alberto, do Olímpia, do Coliseu, do Águia de Ouro, do Batalha, do Júlio Dinis, do Vale Formoso e do Terço, a contemplar os tiros, os golpes de espada, os murros e os beijos de Gregory Peck. Fecho agora os olhos e estou a ver em exuberante colorido "O mundo nos seus braços", alíás, nos teus braços, suavemente afagado pela brisa emanante de teus dedos, absorvendo o perfume marinho de teus lábios... Com os bandidos todos velejando atrás de nós... Que delícia... Milene! O Antony Quinn quase chegou a levar-te... Na sua residência californiana em Los Angels, aos 87 anos, Gregory Peck finou-se ontem terna e pacificamente. Foi-se um ídolo da minha juventude, espécie de querer ser quem nunca se pode ser. Logrou um Oscar, actuando em "To kill a mockingbird", desempenhando o papel de advogado sulista numa pequena cidade, em 1962. Consideraram-no recentemente o herói cinematográfico preferido dos norte-americanos. Torre da Guia
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