AS PALAVRAS E OS ATOS
“Bem pregava Frei Tomás: fazei o que ele diz mas não façais o que ele faz”.
Adágio português
O povão, em sua infinita sabedoria, sabe resumir em adágios e provérbios, alguns conceitos necessários à moral social.
Ele admira quem tem o dom da palavra, incluindo os missionários religiosos que vão junto do povo divulgar as mensagens religiosas de suas igrejas.
No adágio acima referido, a sabedoria popular ensina que as pessoas devem ficar atentas à verdade do discurso. Nem sempre o brilhantismo da palavra contém um preceito a seguir necessariamente. Entre a palavra e o exemplo, há que buscar a harmonia. Quando os comportamentos não quadram com as palavras, há que buscar o próprio caminho por outras vias.
Isto acontece em relação às mensagens deixadas por missionários e pregadores religiosos, assim como em relação a professores, a pais e amigos e na sociedade em geral. Pela experiência vamos aprendendo que missionários, professores, pais, educadores, amigos e influencers sociais deveriam em rigor ajustar o exemplo à palavra dada. Deveriam. Mas como estamos numa sociedade formada por humanos, constituída na base por vontades frágeis e emoções instáveis, nem sempre a razão consegue levar de vencida a programação ideal para que tenhamos comportamentos exemplares.
Há que saber de antemão que as sociedades humanas não dão a cidadão a garantia de instituições perfeitas. Muitas delas embora tentem buscar os princípios exemplares para ajustar-se a eles, terminam por acusar também falhas naturais, sem uma garantia final de que irão cumprir tudo que prometeram.
Sendo assim, o cidadão deve estar sempre precavido.
Como diz o adágio português: “Bem pregava frei Tomás: fazei o que ele diz mas não façais o que ele faz”.
Tudo isto faz parte do “alerta moral e social que nos deve acompanhar em nossas vidas”.
João Ferreira
Brasília, 12 de outubro de 2022
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