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Artigos-->JOVENS BRASILEIROS DE 2022 -- 17/10/2022 - 18:48 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

JOVENS BRASILEIROS DE 2022

João Ferreira

17 de outubro de 2022

 

As manchetes de importantes jornais nacionais de ontem, 16 de outubro de 2022, me deixaram pensativo, muito pensativo.

Entre esses jornais, O correio Braziliense, que resumiu o ambiente da campanha presidencial que está a se desenrolar no país, com uma dura manchete: “Sexo, mentiras e religião no vale-tudo eleitoral”.

Li, também, em “Notas e Informações”, de O Estado de S. Paulo, sob o título de A voz da sociedade civil, que “organizações sociais, entidades de classe e especialistas têm participado ativamente da formulação de propostas para desenvolver o país, em contraponto ao silêncio dos candidatos”. Uma otimíssima notícia.

Em “Depravação eleitoral”, ainda no Estadão , li que a “asquerosa exploração de supostos casos de violência sexual contra crianças como arma eleitoral pela senadora eleita Damares Alves mostra não haver limite moral no bolsonarismo.” Etc. Etc.

Somando todos os fatores positivos e negativos da informação sobre um país dividido e com muita confusão eleitoral e ideológica, a “Folha de S. Paulo” traz,  para nosso conhecimento e reflexão, dados muito importantes que são resultado de uma pesquisa feita na semana passada junto de mil jovens entre 15 e 29 anos em 12 capitais brasileiras(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Brasília, Manaus e Belém).

Esses dados representam um sério retrato que nos diz claramente como está  o país por dentro. 

A pesquisa  é sobre jovens. Por ela são-nos mostrados muitos jovens “céticos com o futuro”.

E, num dado alarmante, a informação de que 76% dos jovens brasileiros dizem querer deixar o país”.

Muito grave o dado de que “só 1 em cada 4 jovens espera que o Brasil melhore em 10 anos”.

Avaliando outros ângulos,  como as “maiores aspirações” dos jovens (ou o que os jovens mais desejam), temos algumas surpresas:

20% deram prioridade à riqueza e ao trabalho (“ter estabilidade financeira, vida confortável, comprar imóvel e ficar rico”) sobre a educação (“formação escolar, terminar estudos”) que teve apenas 8% nas respostas.

Observa-se, em outra perspectiva, que “embora 67% dos jovens entre 15 e 29 anos esperem que sua situação pessoal esteja muito melhor daqui a dez anos (e 65% achem o mesmo sobre sua situação financeira),  só 25% acreditam que o Brasil terá desempenho semelhante no período.” Outros dados mostram que 52% desses jovens responderam que “a escola os preparou para serem bons profissionais”, contra 46% que disseram que não.

No que se refere a estudo, na faixa de 15 a 19 anos, 79% estudam, 21% não. Na faixa de 20 a 24 anos, 43% estudam, 57% não. Na faixa de 25 a 29 anos, 27% estudam, e 73% não.

A matéria apresentada pela Folha de S. Paulo é muito rica em informações específicas, pois, além das estatísticas  e da situação dos jovens denudada em suas aspirações, apresenta-nos perspectivas em que poderemos vê-los no panorama amplo dos sonhos, dos ideais, do ceticismo, das crenças,  e das  desistências.

O citado periódico paulista faz concomitantemente análise desta pesquisa.

Numa síntese perfeita, a matéria revela que “Sonho com faculdade termina em informalidade e baixo salário”. No conjunto da matéria, o jornal mostra que “há 17 anos a Folha acompanha a evolução de duas famílias de uma comunidade pobre de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco: a família Silva e família Dumont.

O artigo mostra que na Família Silva, três irmãos que hoje têm 20, 22 e 23 anos trabalham “em ocupações precárias e não têm mais a perspectiva de fazer Faculdade”. Luan ajuda o pai na criação de galinhas. Alan é ajudante de pedreiro e a menina Vanessa trabalha em loja de roupas. “Não deu certo o plano da faculdade e eles começaram a se virar para ter o seu dinheiro e ajudar na casa”, diz o senhor Pedro, 72 anos, pai dos jovens.

Na família do vizinho Dumont com mais de 20 membros, entre filhos e netos, ninguém conseguiu entrar na Faculdade e alguns nem sequer concluíram o ensino médio. “As duas famílias, que fizeram parte do Bolsa Família e hoje têm membros recebendo o Auxílio Brasil, mostram como é difícil para os jovens pobres do Brasil alcançar maiores níveis educacionais e de renda”, diz a Folha.

Estas realidades merecem um comentário pelo que revelam de grave sobre a esperança dos nossos os jovens brasileiros em 2022.

Primeiro, o que ocorre de imediato é a urgência que há de apelar para os poderes constitucionais do país para que se conscientizem da situação real dos jovens do país. Nesta avaliação importa considerar a realidade social deles, a realidade individual e sobretudo sua situação educacional e profissional para melhorar a vida dos jovens brasileiros.

Segundo. Os jovens devem  ser alertados de que haverá cada vez menos empregos de longa duração e que a educação  é sempre a exigência básica cobrada para  todas as carreiras.

Terceiro. Importa saber também, segundo estatísticas, que o número de alunos universitários diminuiu 40% nos últimos dez anos.

Quarto. Há que concordar e apoiar os analistas que afirmam ser necessário criar mais cursos voltados para a demanda do mercado como forma de melhorar o emprego dos jovens brasileiros.  

Quinto.  Importa que os jovens saibam e se convençam que só a educação conseguirá dar um rumo seguro  ao país, na medida em que só ela consegue gerenciar com êxito seguro a dinâmica necessária para a criação de uma nova realidade, envolvendo formação, desenvolvimento, emprego e esperança para o país.

Sexto.  Para tudo correr bem, importa divulgar, por isso, entre os jovens que para atingir as metas individuais e sociais consideradas básicas para  subir na vida, que são “ estudar para ter um bom emprego e poupar”,  é necessário privilegiar a educação e a formação profissional antes de qualquer outra alternativa.

Esta seria a forma imediata para tirar o Brasil do buraco em que está. É necessário sacudir o orgulho de um país que apela para o agro e para a riqueza das suas commodities e para a grandeza de seu território, mas que por vezes esquece sua maior riqueza que é sua população. Nesta, sim reside o segredo do desenvolvimento e do futuro. É através de sua  força jovem que o país poderá desenhar uma nova sociedade e um novo futuro para seus cidadãos.

Precisamos de refundar o novo Brasil. Porque não começar agora com a força dos ideais jovens que estão aí prontos para transformar uma nação que não deve envelhecer¿

João Ferreira

 

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