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Artigos-->FATOS E FEITOS, ITINERÁRIO DE UM ANDARILHO EM 2002 -- 31/10/2022 - 16:13 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

FATOS E FEITOS, ITINERÁRIO DE UM ANDARILHO EM 2002

L.C. Vinholes

30.10.2022[i]

Conforme fiz nos últimos anos, aqui está mais uma carta-circular destinada a todos os amigos aos quais desejo contar o que fiz em 2002, só ou em companhia de Helena, para mantê-los informados. O texto não é perfeito nem esgota tudo o que gostaria de poder contar em encontros que não se concretizam.

12/01. Helena e eu retornamos das férias no Piauí. A passagem do ano foi na casa de praia em Luiz Corrêa com meu cunhado José Paulino Ferreira, engenheiro eletrônico da Telepi, Haydée e dos filhos Josie, Bruno e Diego, afilhado de Helena.

19 a 22/02. Fui a Natal organizar a logística do Curso de Análise e Enquadramento de Projetos de Cooperação Técnica Internacional promovido pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), realizado em março, para convidados dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP). No retorno a Brasília, passei por Aracaju (21 e 22), encontrei meu amigo dr. Lauro Xavier, mentor do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Universidade Tiradentes, assisti sua palestra sobre visita à Antártica e conheci o pragmático reitor professor Joubert Uchôa de Mendonça.

06/02 a 31/03. Colaborando com meu amigo, doutor Cláudio da Rocha Brito, presidente da Associação dos Amigos do Museu de Pesca, em Santos (SP), selecionei, de minha coleção, 70 mini-gravuras de William Lizars que ilustram os 47 volumes da famosa Biblioteca do Naturalista, editada na Inglaterra em meados do século XIX, e organizei a mostra ali inaugurada, com o apoio de Catia Adadnuy e Paulo Armani, da Galeria Cais daquela cidade.

15 a 28/03. Estive em Natal coordenando o Curso de Análise e Enquadramento de Projetos de Cooperação Técnica Internacional, promovido pela ABC/MRE de parceria com o SEBRAE, para participantes dos PALOP. Helena foi a meu encontro (21) e juntos visitamos a Ilha de Fernando de Noronha (24 a 27) antes de retornar a Brasília (28) visita que não correspondeu as expectativas: péssima recepção da “imigração” do aeroporto local e pagamento de uma absurda taxa diária de permanência de R$21, por pessoa.

04 a 9/05. Vinda de Pelotas (RS), onde é criminalista, professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e mantém escritório de advocacia, esteve conosco minha sobrinha Ana Cláudia Vinholes Vieira Siqueira Lucas, convidada pelo Ministério da Educação para participar do Curso de Capacitação de Avaliadores de Cursos de Direito das Universidades Brasileiras. Desempenhando suas novas funções cumulativas ela voltou a estar conosco para inspecionar a Faculdade de Direito da Associação Unificada do Distrito Federal.

29/05 a 01/06. Em Belo Horizonte, como convidado, participei do IV Encontro de Compositores e Intérpretes da América Latina, organizado pela pianista Beatriz Menegali, no programa do qual foi apresentada minha obra Tempo-Espaço XI, para conjunto de câmera, editada, em 1979 pela UnB, como a primeira partitura da série Coleção Música Brasileira. Aproveitei para visitar e almoçar com minha grande amiga senhora Carmem Pinto Fonseca, mãe do maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca, meu colega da Escola Livre de Música da Pró Arte (ELM/PA), em São Paulo, onde estudei de 1953 a 1957, antes de partir para o Japão.

28/05 a 23/06. Quando ainda me encontrava em Belo Horizonte, chegaram de Pelotas minha irmã Zaira e meu cunhado Sérgio Vieira Siqueira, ex-advogado do Branco do Brasil e Juiz Classista, que passaram conosco uma temporada de quase um mês. Nesse período fomos às termas de Caldas Novas (6 a 8) e apreciamos a beleza de Pirenópolis (2), além de passeios turísticos em Brasília e arredores. Foi um período inesquecível.

25 e 26/06. Recebemos em nosso apartamento ao professor-arquiteto Henrique Pessoas Pereira Alves, amigo diretor-executivo do Instituto Brasil-Itália (IBRIT), para a criação do qual trabalhei durante minha lotação no Consulado-Geral do Brasil em Milão (1996-1999).

24/07 a 01/08. Em nome da Coordenação-Geral da Cooperação entre Países em Desenvolvimento (CTPD) da ABC/MRE, apresentei, sumário do documento A Cooperação para o Desenvolvimento: Capacitação e Reforço Institucional. A Capacitação dos Agentes Nacionais e Áreas de Interesse Prioritário, na V Reunião dos Pontos Focais de Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Brasília com a IV Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP.

20/08. Pelo correio convencional e pela internet, a todos com os quais mantenho correspondência, enviei artigo sobre o IBRIT que, em dezembro de 2002, completou 5 anos de profícua e marcante atividade, apesar das condenáveis dificuldades pelas quais passou com a mudança de chefia do Consulado-Geral do Brasil naquela capital, em setembro de 1999.

22/08. Por não mais usá-la e para não lhe condenar ao silêncio, vendi a flauta de prata Louis Lot-Paris, adquirida em 1953, por intermédio do professor H. J. Koellreutter. Minha companheira de meio século, passou às mãos do professor Celso Woetzenlogel, do Rio de Janeiro, que, além de flautista é colecionador deste instrumento, mentor e incentivador do I Festival Internacional de Flautistas, em Fortaleza (24 a 28.09).

02/09. Durante estada em São Paulo, visitei o professor Koellreutter, vítima de alzheime, para cumprimentá-lo pelo seu 87º aniversário, ocorrido naquela data. Cheguei ao seu quarto quando, no monitor a mercúrio, iniciava a execução da valsa Vozes de Primavera de Johannes Strauss, a mesma que ele regia em concertos pelo Brasil, inclusive o realizado em Pelotas, antes da minha ida para São Paulo, em 1953, para ser seu aluno e secretário. Nosso diálogo limitou-se à saudação da chegada ao até logo da despedida, mais a pergunta que fez, quebrando o silêncio das nossas presenças: “que conjunto é este que está tocando?”.  É a Orquestra Filarmônica de Viena sob a regência de Carlos Kleber, respondi. Quando iniciou a execução da Polca Pizzicato, terminou minha visita de exatamente 11 minutos. Na sala de entrada, conversei com Áurea Trajano da Silva, governanta que o acompanha por muito anos; escrevi no verso do meu cartão de visita mensagem para Margarita, sua mulher; apus, assim como fizera nas visitas anteriores, a data daquele dia na parede do corredor de entrada do apartamento e fui à Fundação Getúlio Vargas, onde almocei com o professor Wilson Nobre Filho e a dra. Claudya Piazera. A tarde parti para Brasília, pelo vôo da Gol, indo ao encontro de Helena na saída do aeroporto.

16 a 23/09. Visitei Paramaribo, capital do Suriname, onde, com o apoio da Embaixada do Brasil naquele país, tratei dos aspectos administrativos à realização do Curso de Prática Diplomática que a ABC/MRE, de parceria com o Instituto Rio Branco do MRE, promoveu naquela capital, de 12 a 22/12, para funcionários diplomáticos das chancelarias de Barbados, Jamaica, Guiana, Trinidade e Tobago e do próprio Suriname. No dia 12, foi inaugurada no Centro de Estudos Brasileiros (CEB) da Embaixada do Brasil no Suriname, a mostra A Gravura com Temas Brasileiros na Imprensa Inglesa do Século XIX, com 20 exemplares de xilogravuras de minha coleção, as mesmas expostas em Ottawa (12.9 a 10.10.1986), Toronto (1.6 a 3.7.1987) e na Biblioteca Embaixador Antônio Francisco Azeredo da Silveira, do Itamaraty, em Brasília (1.8 a 10.9.1991).

16/09. Rumo a Paramaribo, nas 5 horas de trânsito em Belém (PA), visitei o Hospital da Amazônia, onde trabalham os doutores brasileiros Yuji Ikuta, Sumio Ito e sua esposa Isabel Ito, ex-companheiros bolsistas no Japão que representaram meus amigos Brasil Eugênio da Rocha Brito e Rita Rocha Brito, no batizado de minha filha Irani, ocorrido na capela da Universidade Sofia de Tokyo, em agosto de 1965. Aproveitando minha ausência, Helena e suas primas Nezinha, Lurdinha e Lenir foram passar alguns dias em Caldas Novas, certamente recordando os dias em que Helena e eu lá passamos com minha irmã Zaira e meu cunhado Sérgio (6 a 8/6).

26/09. Em tenda armada nos amplos jardins a Embaixada do Reino Unido em Brasília, assisti ao concerto-jantar do conjunto de câmara London Baroque, formado por quarteto de cordas e cravo mais a soprano Julia Gooding, com programa de obras de Bach, Purcell, Vivaldi, Handel e Telemann. O grande acontecimento dessa noite foi o encontro com Norma Graça, empresária do grupo e colega dos tempos da ELM/PA, hoje residente em Portugal e dedicando-se à montagem e apresentação de óperas. Norma e o poeta concretista Pedro Xisto foram as duas pessoas que, em 4 de julho de 1957, estiveram comigo no porto de Santos até a partida do Brasil Maru na viagem que me levou ao Japão.

11/11. Como um dos 40 convidados, assisti a I Vídeo-Conferência Brasileira sobre Gestão do Conhecimento em EcoDesign para a Competitividade Brasileira no Mercado Internacional, organizada pela dra. Claudya Piazera, patrocinada pela Embrapa e a Câmara Americana de Comércio, com o apoio do Centro de Gestão Estratégica do Conhecimento em Ciência e Tecnologia (CGCon) do Departamento de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica do Ministério das Relações Exteriores.

28/10. O sitio www.movimento.com[ii] divulgou meu artigo sobre a orquestra dos Ocarinistas Pelotenses que, em Pelotas, desenvolveu atividades na segunda metade do século XIX. Logo depois, o mesmo sitio divulgou memória que escrevi sobre a passagem dos 50 anos da fundação da ELM/PA.

23 a 30/11 e 7 a 14/12. Nestes períodos, fiz duas viagens a Cabo Verde, a primeira para, com instituições locais, organizar o curso de Concepção e Elaboração de Projetos de Cooperação para o Desenvolvimento e a segunda para coordenar sua implementação pelo dr Márcio de Paula Fernandes, consultor da ABC/MRE. Fui hóspede dos meus amigos Sônia e Vitor Gobato, embaixatriz e embaixador do Brasil naquele país e ex-diretor-adjunto da ABC/MRE. Nas duas ocasiões, como atividade independente, inaugurei a série de palestras por brasileiros visitantes para membros da Associação Amigos do Brasil que congrega, principalmente, profissionais cabo-verdianos formados em instituições de ensino superior brasileiras. Em ambas as ocasiões, no Arquivo Histórico Nacional e no Centro Cultural de Cabo Verde, falei sobre cooperação técnica, sua história, metodologia e processos de implementação. Na primeira, sugeri que a série de palestras tomasse o nome Janelas para o Brasil, o mesmo que eu havia dado à das realizadas no IBRIT. Na segunda, recomendei que examinassem a possibilidade de, dado o caráter multi-disciplinar da formação dos seus membros, tornar a Associação um órgão de apoio e consultoria à disposição das autoridades de Cabo Verde para assuntos relativo ao Brasil, assim aproveitando seu valioso potencial.

23/11. De passagem por Fortaleza, reencontrei meu amigo Oswaldo Barroso, filho do saudoso poeta concretista cearense Girão Barroso e irmão de minha colega de Itamaraty Priscila Barroso. Almoçamos no famoso Restaurante do Alfredo, na praia do Mucuripe. Oswaldo, batalhador incansável na defesa dos valores tradicionais da cultura cearense, levou-me ao Teatro da Boca-rica, por ele criado, onde o diretor Moncho Rodrigues ensaiava a peça A Saga de Zacarias Contra a Morte e o Diabo, da pesquisadora sergipana Agulaé Freitas de Alencar. Conversamos sobre seus planos de resgate da influência portuguesa nas manifestações teatrais populares dos países africanos de língua portuguesa e Timor Leste

07/12. Novamente a caminho de Cabo Verde, estive com Dimas Macedo, poeta amigo, crítico literário, professor da Escola Superior da Magistratura de Fortaleza. Na companhia de Nilto Maciel almoçamos em Mucuripe e fomos ao Clube Ideal onde se realizava a Feira do Livro e a reunião dos escritores e poetas daquela Capital. Ali reencontrei Cláudio Pereira, ex-secretário Municipal de Cultura, e conheci, entre outros, José Telles e Walter Miranda, presidente e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, e o editor Pedro Henrique Saraiva Leão. Embarquei rumo a Sal, em Cabo Verde, carregado de livros presenteados, dentre os quais permito-me singularizar os contos Babel, de Nilto Maciel, e Brincar com Armas, de Pedro Rodrigues Salguerio, A Face do Enigma, de Dimas Macedo, uma estupenda biografia-análise-documentário sobre José Alcides Pinto e sua escritura literária, e, do mesmo Dimas, o Crítica Imperfeita que leio e releio e acho que devo ler novamente. Valiosos também os exemplares das revistas Literatura nº 22 e Espiral Nº 7, com tanta informação de nomes que merecem ser melhor conhecidos.

30/12 a 3/01/2003. Vindos da fazenda que estão formando em Cristianópolis (MG) se hospedaram conosco Elisete e Guy Vliergen residentes em Aartselaar, na Bélgica, com os quais Helena e eu estivemos na viagem que, antes de retornar a Brasília, fizemos (outubro de 99) a Berna (visitamos Ceci e Lisa, primas de Helena), Salzburgo, Strasbourgo (jantamos com Silvia Debs, estudiosa da literatura de cordel e companheira do amigo cineasta Rosemberg Cariri que se encontrava no Ceará), Luxemburgo, Bruxelas, Bruges (berço das cervejas mais singulares) e Antuérpia. Lá foram nossos dedicados cicerones e aqui foram por nós acompanhados a Pirenópolis. Guy, que é holandês de nascimento, vibrou por ter participado das festividades da posse do presidente Lula.

[i] Nesta data, revisitando memoria relativa a 2002.

[ii] Conforme aviso do fundador e financiador, Antônio Rodrigues, por “por absoluta falta de condições financeiras para mantê-lo no ar”, este sitio encerrou suas atividades em 2020.

 

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