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cronicas-->Fenomenologia -- 19/01/2003 - 12:26 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Maria das Correntes era um fenómeno de mulher. Prendada, fazia parte do corpo de balé da cidade, apesar de não ter um corpo exatamente adequado ao balé.
Passara na infància por um pesado tratamento a base de corticóides, e muitos atribuíam a isto o fato de estar sempre lutando contra regimes e balanças.
Maria dançava, e bem, plumando sobre os tablados improvisados, e com maestria, deixava as magrinhas encabuladas com sua agilidade.
Era também vidente natural, adivinhando o futuro de autoridades, que formavam fila para elogia-la após os espetáculos, e naturalmente para ler mãos e cartas, sempre ávidos de qual o melhor passo na política e nos negócios.
Maria adivinhou que Fernando Collor venceria as eleições, sua derrota moral no Congresso, e antes de Fernando Henrique Cardoso vencer a convenção do PSDB, apontou dois mandatos e avistou a magreza dos funcionários públicos e o entreguismo do país.
Claro que os políticos não lhe deram atenção na época, todos seduzidos pelo caçador de marajás e pelo intelectual da Sorbonne, capaz de ser enrolado em diversos idiomas e pronunciar frases alheias aos interesses populares.
Marias das Correntes, alcunha ganha pelo hábito de andar com o pescoço e os braços sempre cheios de objetos circulares de ouro, prata e bronze, previu também que o FMI iria acabar com a economia argentina, mexicana e brasileira, mas os gerentes de banco de sua cidade estavam tão embevecidos com os rumos neoliberais que não ligaram para os avisos.
Todos foram premiados por PDV´s em suas empresas, embora o lucro dos bancos estivesse saltando nas estrelas.
E Maria falava, chacoalhando suas correntes, que um dia os presidiários do Brasil iriam organizar os centros de detenção, comandando operações vultuosas, ajudando a eleger deputados, senadores, governadores, pessoas influentes no setor jurídico, além de remunerar setores da polícia, mas não lhe davam ouvidos.
Maria falou muito mais, mas a natureza, cujos mistérios parecem insondáveis, fez com que a pitonisa dançante sofresse de mal súbito, e morreu sem explicação aparente, no meio de uma consulta com um agente da CIA. Uns viram maldade na morte, outros não. Maria fechou o ciclo da vida, sem poder contar tudo o que sabia.
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