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Cordel-->HOuve uma vez na República -- 04/03/2005 - 20:08 (Jota E. de carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HOUVE UMA VEZ NA REPÚBLICA


Agosto de 1992.

Estamos em plena efervescência política no Brasil., entretanto, apesar de termos alcançado o retorno a estabilidade Democrática, conquistada ao longo de 30 anos de luta, nos deparamos com uma crise sem precedentes que novamente, colocava em risco a estabilidade do País.

Perplexos diante de um “futuro Governo” que mal começara, aguardávamos o desenrolar dos acontecimentos e torcíamos para um desfecho favorável a Democracia, que já não poderia mais pagar o ônus do autoritarismo, do casuísmo e da incompetência daqueles que foram escolhidos para colocar o país nos “trilhos do Progresso”.

O povo foi chamado às ruas para fazer parte de um processo de “execração” pública de um presidente
que talvez não tivesse toda a culpa que lhe fora atribuída de forma tão veemente. (A mim pareceu-me que
o inconsciente coletivo nacional, aproveitando-se do fato, desejou expurgar do Brasil mais de quinhentos
anos de corrupção e desgoverno), em apenas um instante de incursões político-partidária, imaginando resgatar assim os brios de uma Nação sofrida; sucumbida na inércia social e no ostracismo econômico, de longa data.

Este trabalho tem apenas a intenção de colocar no papel alguns pequenos detalhes de alguns fatos ocorridos
na trajetória política de um governo que nos marcou a todos; e nos servirá de reflexão.

Jota E. Carvalho





VOL - I

Houve uma Vez na República
1989-1992


I – A Consagração e as Promessas

Foi em março de noventa
Que o povo o consagrou
Depois de tantos novembros
Seus direitos confirmou.

A Nação se encantou
Com um grande cidadão
Que com um “tiro” prometeu
Acabar com a inflação

Prometeu dar casa ao povo,
Prometeu terra ao peão,
Prometeu camisa ao pobre,
Prometeu guerra ao ladrão.

Prometeu aos empregados
Do lucro participar
Sem ser preciso fazer
Horas extras sem parar

Prometeu aos “Sem Terra”
A reforma agilizar
E a milhões de famílias
Nos latifúndios assentar.

Prometeu aos metalúrgicos
O salário equilibrar
E levar o seu apoio
Na hora de reivindicar

Prometeu aos aposentados
Nunca mais fila enfrentar
para receberem suas parcelas
Sem nas ruas pernoitar.

Prometeu aos doentes
O remédio s agilizar
Para tratarem suas mazelas
Sem nas filas madrugar



II – As mudanças..

E deu-se início as mudanças
De tudo para melhorar
Muitos sorriam felizes
Sem motivos para “falar”.


Começou então,” prendendo”
O dinheiro do cidadão
Que com tanto sacrifício
O resguardou da inflação

Também ”trocou” a moeda,
Mas sem usar a razão:
Se cruzado já era pouco
Imagine sem tostão?

Mas, o povo concordava
Feito “carneiro de São João”
Muitos até passando fome
Para resgatar a Nação




III – O Congresso/e o Ministério

Enviou de uma só vez
Cem medidas provisórias:
Um motivo aos Deputados
para entrarem na História.

Após grande estardalhaço
De nomes, cargos e postos
Finalmente o caçador
Nomeava com bom gosto

Escolhendo seu Ministros
Com o cuidado de um pastor,
A cada um que chamava
não exigia penhor
Mas, cobrava competência:
Tudo terá anuência,
Cada projeto ao propor.



IV _ A Escolha do Ministério

Para “Fazenda” convidou
Uma professora esguia
Que por Max e Bulhões
Os acertos prometia:

Ordenava resultados
Numa rápida equação:
ver os preços lá em baixo
Liquidando a inflação

Anos de experiência,
práticas de Economia
aguardava-se coerência
esperava-se autonomia.!

Mas, interesses escusos
Atropelaram a esperança
E dos olhos verdes ficaram
Muitas lágrimas na lembrança

Para a Cultura um provedor
Sério, coeso, informal
Tinha enfim muitos projetos
Pro Cinema Nacional

Porém as verbas tardaram
E os planos todos ruiram.
A Cultura envergonhada
Às praças todos acudiram

A Educação encantada
Mostrava-se já nos CIACS,
Pois CIEPS eram muitos,
Mas, não tinham seu destaque.

Muitos prédios construídos
Poucas crianças nas praças
Faltavam só os professores
Para retirar as amarras

Então caprichou na escolha
De um nome pra Agricultura
Acalentou esperanças
Ver um País com fatura.



Institutos e Autarquias
Já na mira das reformas
Se esperava a decisão
Mas dependia das formas


Para Saúde um militante
guerra a doença exortou:
Declarou por um fim a dengue
A grande luta encenou.

E todos ficamos crentes
Esperança não faltava
Central, Sul, Norte e Sudeste
O apoio não negavam

Levando o plano adiante
Das doenças erradicar
Dengue, cólera e hepatite
Em qualquer canto sanar

Pensando em dar cabo ao feito
E o nome eternizar;
Quinhentos mil guarda-chuvas
E bicicletas a rodar


- Imprensa – boatos


Mas surgiram então boatos
De erros e malversação
Do dinheiro da República
Muitos pediam comissão

Na Justiça um advogado
Que sabia legislar
Vinha da Constituinte
O que iria refutar??

Mas, o que ninguém sabia,
- Era segredo fatal:
o Ministro um belo dia
Resolveu ser “imortal”

E colou seu rosto ao dela
Numa paixão descabida
E dançaram um tal bolero
Que apressou a desdita


Tantos bilhetes deixados
Ratificaram, talvez...
Bessa me, bessa me mucho....
Com en la ultima vez.!!!.

E colou seu rosto ao dela
Numa paixão descabida
E dançaram um tal bolero
Mas não ficou esquecida.


Mas surgiram então boatos
Coisas da televisão
E o idílio terminava
Mas ficava uma paixão...


Para o Trabalho convocou
Um sindicalista nato
Todo mundo esperava
Que cumprisse o seu mandato


A questão da Previdência
Difícil de equacionar
Muitos distúrbios causaram
Para o ministro apaziguar

Mas boatos então surgiram
E do fato a malversação
Nas pecúnias da República
Muitos exerceram função

Porém o tempo esse Juiz
A todos nos acessível
Tratou logo de mexer
Naquilo que era “imexível”

Era objeto de nota
Seu respeito ao cidadão
Convocava toda imprensa
Para provar sua intenção.



Muitos dias se passaram
Para o Ministro provar
Que gente e bichos são seres
Cada um em seu lugar

V – A Derrocada


O povo então esperava
Mas a inflação não cedia
O leite ficando caro
Na mesa o pão já não havia.

O desemprêgo aumentando
Salário já não se via
Muitos passando fome
E a esperança fugia.

Mas o nosso caçador
com grande astucia acenava
Um futuro promissor
“Em que em Deus confiava”

Leis medidas e decretos
Tudo para agilizar
A procura dos corruptos,
Caçador foi se ocupar.

Mas sugiram então boatos
Intrigas da oposição
Como poder explicar
tantos fatos a Nação??


VII - A Acusação e Julgamento sumário

E de repente um irmão
Que se pensava ser louco
Dizendo-se preocupado,
não acusava tampouco:

As provas ele não tinha
mas trazia um fato novo:
“Quem quiser o julgamento
Que abrace a causa o povo”!

E deu-se inicio a contenda
Entre a família real
Se brigava em todo canto
Pelo planalto Central.

Muitas preces e correntes
manifestações de fé
Pedidos ao Vaticano
Consultas a Santa Sé!

Que motivos se teria
Para tanta contestação?
Quem estaria causando
Esta grande confusão?

O jornais anunciavam
Televisão repetia:
Quem seria o acusador
De tamanha covardia?

Foi então que apareceu
Estampado num jornal
Um homem muito versátil
Amigo, bom e leal

Tinha porte de ministro
E fala de embaixador
Convencia todo mundo
Mas não queria louvor


Sempre havia uma saída
A solução para o mal
Que espalhava na vida
Do povo lá do Central.

Mas, boatos então surgiram
De erro e malversação
No dinheiro da República
Muitos exerceram função


Conhecia todo mundo
Do Oiapoque ao Chuí,
São Paulo, Rio, Alagoas,
Bahia, Minas, Piauí

Uma questão de acordos
acatando a profusão
Atacando o desperdício
Para evitar confissão

Mais boatos então se ouviam
De furto e malversação
do dinheiro da República
Muitos pediam comissão.




Que motivos se teria
Insisto agora, na questão
Tantos fatos esconder
Das vistas do cidadão?

Seria em nome do povo
Da Nação, Soberania?
Ou simplesmente por falta
de amor a Democracia?!

Se aguardava um sinal
Um gesto, qualquer aceno...
Uma explicação plausível
Que justificasse ao menos....

O momento enfim chegou
De então se lançar a sorte:
Conclamar o povo `as ruas
Sendo a Bandeira o suporte


VII – A Condenação


De branco, verde e amarelo
Nas ruas nada se via:
Só o luto, mísera sorte
Triste destino advinha.

Mas o caçador lutava
Consciente a todos os instantes
Para sua inocência provar
Com dados e atenuantes

Foi então que o “povo quis”
Indicar a “ Comissão”
Para apurar as denúncias
E libertar a Nação.??

A CPI foi em frente
Para provar autonomia
Uma chance pelo menos
De se exercer Democracia




Tantos dias em debates
Conversas, reuniões,
Se chegava ao veredicto
Sem muitas contestações.


O Senado benemérito
E o Congresso poderoso
Intimavam o Governante:
renunciar ou ser deposto?


Por fim o dia chegou
Da tal sentença assinar
Adeus Brasília, Alvorada
Adeus minha gente, sei lá...


A incerteza novamente
Pairava em nossos destinos:
O País desgovernado
Sucumbido em desatinos


Não pude conter a lágrima
E o nó no peito sentido,
Chorei ao ver a esperança
Uma vez mais ter fugido.


Ouvi clamores tardios
Ouvi gritos de protesto
Senti até arrepios:
É o Brasil no rumo certo??

Conclusão

Disso tudo meus Senhores
Guardaremos na memória
A vergonha do Brasil
Nas páginas de sua história

Mas, se Deus é brasileiro
E patriota o seu Filho,
Há de mostrar o caminho
Do trem certinho nos trilhos

JSeduez
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