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Cronicas-->Vento na rua vazia -- 19/01/2003 - 13:23 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu queria fazer uma poesia que falasse de amor por ti, mas que poesia, se não és musa referencial? Mesmo um jogral rústico precisa de uma motivação maior para dar continuidade a sentimentos preciosos que pululam em sua alma.
Meus versos pois, livres de métrica e estesia, podem lembrar que és perversa criatura de encantos.
Mas os lamentos são divagações, que mentem ao ego indefeso que preciso ainda de ti, embora os lamentos sejam falsos como tu és.
Talvez ainda reste a lembrança de suores e amores nos lençóis, na grama, num assento de fusca ou de motel barato, mas... que digo eu com esta vulgaridade?
Tua partida ou meu exílio pouco importa, mas o espírito é insano, nem leva em consideração a proporcionalidade dos prejuízos causados, da insónia, da ansiedade e da descoberta da mentira, da grande mentira que habita em ti.
Teus beijos, que ardentes no início se transformaram em ardidos depois, como a pimenta vermelha que atrai o incauto, queimando a língua e a garganta de quem se atreve a experimentar.
Desejos jogados na vala da paixão estúpida, sedimentada em falsos sorrisos, canções idiotas de amor num templo perdido.
Ah, se te digo isto tudo com pesar não tenhas dúvida, ainda que não volte a rastejar a teus pés, minha alma estúpida o faz quando estou só.
A solidão mente que ainda estás por aí, perdida como uma estrela solitária, daquelas que queimam eternamente, esperando o momento de explodir e consumir parte do universo.
Queres saber se te amo, não é exatamente isto que se diz...é algo um pouco diferente, dor de cotovelo e orgulho ferido pela incapacidade de detectar a mentira e o vazio de tua alma. Acho que é esta a palavra chave do texto.
Mundo neoliberal e cabeça sem compromisso. Como uma peça jogada no balcão da loja ou oficina, trocada por qualquer coisa que amanhã ou depois será descartada também.
Existência comercial, mercantilismo de sentimentos baratos, vomitados de uma boca incapaz de ingerir algo que valha a pena. Risadas de um palhaço num picadeiro gigante, com gente vestida a caráter para a grande paródia da vida.
Não lembras com certeza o dia em que ouvimos Vinícius naquele recanto idílico, mas eu não esqueço. Também não lembras dos pequenos momentos de farelos espalhados pelo quarto, no balburdiar de crianças, ah, as crianças, valem a pena.
O tilintar de moedas cai sobre um tapete. São trinta. Coincidência. Trinta reais? Trinta dólares? Trinta milhões de motivos para mudar de idéia de novo. Um sorriso interesseiro brotando na porta dos dentes. Os dentes dançam ao redor dos alimentos e a garganta engole o vazio do mercantilismo espiritual.
Quem fere esquece a cicatriz. No hospital das almas a cura depende do tempo. O tempo, ah, o tempo...
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