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Cronicas-->Oriente nas mãos -- 19/01/2003 - 12:11 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Será que eu deveria ter dito a ela a verdade sobre a brincadeira ? Melhor não. Como eu explicaria que na verdade tocar seu corpo foi na verdade algo especial, que todos os olhares convergindo para nós com permissão tornavam aquele momento metafísico?
Gostei, mas não poderia dizer em público que meu tato foi precedido pelo meu pensamento, que explorou o corpo dela inteiramente, detendo-se aqui ou ali para expressar o prazer através de um ósculo secreto, de um carinho mais ardente, de uma palavra erótica.
Ela estava em minhas mãos, com seu corpo envolto pelo tecido leve, bela, lasciva, provocadora.
Percebi pela superficialidade de meus sentidos que ela era muito sensual do que minha mente poderia conceber. Fui rápido o suficiente para ser lento, usufruindo o instante que a todos parecia eterno.
Ela nada disse e sequer imagino o que pensou. A natureza diferente de nossas análises estimulou minha imaginação. Mulher, mulher, mulher. Eternamente uma grande mulher.
Eu disse a ela que estava tentando criar uma história em que ela seria a heroína, mas também não imaginei que eu teria contato com a heroína da fábula. Na verdade ela seria apenas uma dessas musas, mulheres imaginárias que os poetas levam para a cama apenas nos pensamentos, pois se as tocam deixam de ser deusas para se tornarem mulheres. Queria tocar as mulheres e preservar as musas, mas...
Ela continuou esvoaçando a minha frente, pairando sobre as construções míticas de Delhi ou Calcutá.
Sorriu sobre o Thaji-Mahal, sobre o vale do Ganges, do Indo, e também sobre a antiga Pérsia, onde o xá adorava sua imagem com milhares de fiéis, fanáticos pela deusa da fecundidade.
O nome, impronunciável como todos os deuses orientais, é soprado pelo vento nas cavernas de cristais perdidos pelos vales do Himalaia. Seus servos, como eu, apenas deveriam admirá-la, mas eu tive que ir além. Deusa da beleza e da fecundidade, me ofereci em sacrifício para glorificá-la. Ali, no altar. Todos viram o ritual. Mulher divina, devoradora de homens. Fantástico.
Mito real, transcende a necessidade do racionalismo convencional. Estive com ela, mulher deusa, que enlouquece os que ultrapassam os limites.
Mereci o meu destino. Ficar com ela. Ser invejado por milhões de seguidores. Minha cabeça já não me pertence. Perdi-a por amor. Divindade fêmea. Predadora.
Ela foi embora, mas continuo vendo sua imagem empírica, flutuando ao redor de meus pensamentos, onde habito, onde existe o reino daquela divindade.


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