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cronicas-->Assim falou Sarauska -- 19/01/2003 - 12:27 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Buscando o significado da palavra epistemologia Bubalino saiu pelas plagas de Uruguaiana, onde um velho índio minuano, descendente de tribos extintas, explicou que não havia em seu curto vocabulário espaço para aprender epistemologia, que poderia ser tanto uma doença como um tipo de comida, mas também não lhe interessava.
Bubalino, um criador de gado que resolveu estudar pedagogia aos 67 anos, ouviu de um professor de Metodologia que a episteme aplicada ao sistema educacional brasileiro diferia em várias regiões, mas acabava convergindo para uma certa mediocridade por conta da tradição ditatorial de escolas e do Ministério da Educação, sempre dominado por interesses ultranacionais.
Bubalino, assim famoso pelo hábito de andar montado em touros em sua fazenda da fronteira, deixou Uruguaiana e foi até Montevidéo, mas se perdeu no meio da universidade federal e deixou a Banda Oriental para ir até Buenos Aires.
Enrolado de língua, não perguntou direito e voltou ao Brasil, perguntando aos amigos fazendeiros o que era a tal da episteme e a epistemologia, que o deixou assustado, a tal ponto que passou na loja de vacinas e pediu ao veterinário para analisar o problema, e se fosse o caso, encomendar umas doses para evitar que seu gado e seus búfalos morressem.
Bubalino andou muito mais, mas tinha vergonha de perguntar ao professor o que era epistemologia, já que era considerado um pouco grosso pelos colegas, que o criticavam por andar sempre com cheiro de bicho, tanto de cavalo, como de búfalos.
Foi levando o curso e começou a usar a palavra epistemologia na fazenda, para impressionar os peões, as chinas velhas da casa da Maria, o dono do bolicho e seus irmãos, quase todos semi-analfabetos.
Estivesse alguém conversando sobre o governo, preço da carne, automóveis, não interessava, botava a epistemologia no meio de uma frase e arrancava olhares de admiração dos seus pares. Era um epistemólogo praticante e sabatinado, perante os pobres que o aturavam.
Até que entrou Sarita Sarauska, uma professora universitária que andava pela fronteira do Rio Grande. Usou a palavra, impressionou a moça pelo gado na fazenda, e casou com ela.
Na lua-de-mel, humilde, perguntou o que era epistemologia. Ao saber o significado real, sem falsa modéstia, lascou um beijo na moça e mostrou que era um bagual conhecedor da vida.
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