Era uma vez um polonês
caçador de explicação.
Bicho difícil de caçar,
às vezes ela voa, se esconde pelo ar.
O polonês astuto joga bruto
e prepara a espingarda
veste a farda camuflada
para caçar a explicação.
De repente...Eureca!
O polonês entra na biblioteca
com a arma na mão
seguindo as pegadas
do tal bicho pelo chão.
Devagarinho, como um cão farejador,
o polonês esbeira, rasteja, rasteja,
para não fazer barulho.
Eis que surge finalmente, atrás de um embrulho,
o tal animalzinho, acuado, desminligüido,
dentro da enciclopédia onde morava.
O polonês contou até três
ajustou a mira, prendeu a respiração.
A bala saiu da espingarda decidida
consciente de sua missão nessa vida
não tinha culpa ela não.
O tiro foi certeiro e impiedoso,
varou a capa de couro,
bem do lado esquerdo.
A bala seguiu transfixiante,
arrebatadora,
e se alojou na prateleira
da estante da seção de filosofia.
A explicação, agonizante,
ainda se debateu, antes de ficar fria.
As páginas da enciclopédia então se desfolharam,
as palavras foram desaparecendo
e a explicação de tudo, foi morrendo, morrendo...
E o polonês caçador astuto,
de vez emburreceu
depois que a explicação
de tudo nesse mundo morreu.
|