Usina de Letras
Usina de Letras
81 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62293 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10390)

Erótico (13574)

Frases (50679)

Humor (20040)

Infantil (5460)

Infanto Juvenil (4782)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140824)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6211)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->Longa Espera -- 19/06/2003 - 13:24 (Juraci de Oliveira Chaves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

De um lado o riacho e do outro a mata densa, selvagem e perigosa.
Sobre um tapete de relva verde Leonardo aguardava sem pressa, apesar das incertezas, o momento tão esperado. Era sempre assim, desrespeitando os costumes de uma época rígida.
Um barulho de pisadas entre as folhas secas. Assustou-se ao perceber não ser ela.
"Como demora!" – pensou Léo.
Poderia ser tudo mais fácil, mas não encontrara permissão para aproximação, muito menos, para cortejar a pérola única da casa. Era um privilegiado por ter recebido dela, o beijo mais doce, mais desejado. Doce e longo beijo aquele primeiro. "Sim, fui o primeiro. Ela tremia em meus braços, aconchegava forte, como se tivesse medo" – pensava Léo dando vazão ao tempo.
"Por que demora tanto?" Ansioso levantou-se, tentou alcançar com a visão, a silhueta amada, distante. Nada. Só a fumaça, lá longe, na chaminé. Ela nunca havia demorado tanto desde o dia em que delimitaram aquele local como o preferido.
"Virá. É só esperar, nunca falhou" - confirmava a si mesmo contradizendo as evidências.
Olhou no relógio de bolso e espantou-se com a evolução das horas. Precisava parar aqueles ponteiros. Queria ficar com ela mais tempo, acariciá-la, beijá-la....
Andava de um lado para o outro, fumando o último cigarro. Jogou com força o maço vazio no chão, amassando-o com o bico da botina, com raiva.
"Como demora"- repetiu.
- Socooorro!
"Que gritos são estes? Alguém está gritando! Não pode ser ela. Sabe onde a espero."
Por instantes Léo olhou novamente para o infinito da mata. Havia um vaivém de pássaros, a bater asas, retornando ao pouso.
"Não virá mais. Está tarde. Talvez não conseguiu driblar os bigodes volumosos e ásperos, do pai."
- Léeo!
O eco ressonou agudo e triste guiando o rapaz em disparada, em direção à amada. No picadeiro, a relva verde mudara de cor. Roupas estraçalhadas por dentes pontiagudos, espalhadas no quadrante local.
Léo fora tomado por um desespero alucinante quando entendeu o que se passava. Seus sonhos acabaram ali. Enraivecido bradou: "Esta será sua última vítima, maldito animal."

Juraci de Oliveira Chaves
Pirapora MG
www.jurainverso.kit.net
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui