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Poesias-->Estrada de chão, vozes da solidão -- 18/12/2003 - 14:25 (Ricardo França de Gusmão) |
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Voz desaguada
Ladeira abaixo
Barulho de água
Desatino de gente
Incoerente
Mágoa
Mas tudo passa,
Corrente de vozes
Perturbação.
Me silencio
Em estado de paz
Sem prender ao passado
Nem ansiar futuro,
Quando tudo se aquieta
Sinto o poema por si mesmo.
Figura desumana
Insana
Uma paisagem bacana
À beira do esmo.
Ele é assim, desfigurado.
Ela é assim, uma intenção próxima.
Eu sou assim:
Silêncio e pedaço,
Andando descalço
Sobre cacos de vidro.
O tempo prepara
Em silêncio
O que vai gerar o futuro.
Imaturo é quem pensa
Que há sangue morto nas veias.
Desvinculado, indecente,
Vou seguindo, então
Sem direção
Mas com sentido.
Quebro os espelhos
Que me evidenciam.
Mas quem não sou?
Pois sou único:
Imagem que morrerá.
Por isso caminho
Na direção
Torta da solidão
Desvencilhada.
Por Carlos Manthra & Ricardo França
Teresópolis, 1 de dezembro de 2002
(Poema de reencontro: 10 anos de amizade distanciada)
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