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Poesias-->DOCE DEMORA -- 18/12/2003 - 14:32 (Ricardo França de Gusmão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois de tantos amores,

de tantos vícios, de tantas dores,

depois da primeira estrela,

do astronauta e dos discos voadores,

depois do cartão de crédito,

da primavera e seus licores,

depois do Império Romano, do Império Serrano

e dos gladiadores,

depois do Bruce Leee, do arco-e-flecha

e da água-tônica,

depois do siri, da chata festa

e da bomba atômica,

depois do laser, do cianureto

e da peste bubônica,

depois do porre, da mini-saia, depois da praia,

depois da briga, depois do soco,

depois do espirro, depois do uísque

com água de côco,

depois do chute, depois do ´puf´,

depois do pote, depois do serrote,

depois da Bahia, depois do norte, depois da azia

e depois do cangote,

depois do livro, depois do ´pimba´

depois da marimba, depois do mate,

depois do filme, depois da missa,

depois da língua com a outra língua,

depois do Halley, da letra a,

e do apartamento do BNH,

depois da China, do Maracanã, do feijão com arroz

e do Vietnã,

depois de tudo, depois do pois,

depois do um e depois do dois,

depois da mordida e depois da maçã,

depois da saudade e depois de amanhã,

e depois e depois e depois e depois

tu apareces

antes tarde do que nunca,

toda com açúcar

para eu não reclamar...



Mas por quê, amor, demoras-te tanto ?

Se meu coração não é uma caixinha de espera.

Se o inverno é frio e a paixão tão secreta ?

Então, por quê, amor, demoras-te tanto ?

Se nem telegrama matou saudade.

Se na televisão nunca vi tua imagem.

Diga por quê, amor, tanto demoras-te ?



De certo não sabes o quão terrível é a solidão.

Ter um vago no peito, um corte no coração.

De certo não sabes como eu sei de sofrimento.

Quando cheguei a imaginar que o teu beijo era vertigem

e a tua forma de fumaça,

que a tua carne de tão virgem

não existia de pirraça!



Mas agora amar será palavra dócil.

O cio vício selvagem ócio.

Já que de tanto amor

a distância e a dor

foram paradoxos.

Incendiaram o fulgor

no liqüidificador

dos nossos corpos.



Quero amar-te como amaram os personagens de Shakespeare.

E atados com laços de vidro, virarmos um poema de Vinícius

ou uma canção da Rita Lee...

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