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Cronicas-->Cena de guerra -- 20/01/2003 - 00:11 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O coronel Jorge Maia observou a entrada do elemento no recinto. Foi estrondosa. No meio de duzentas pessoas, algumas atónitas, estava de braços dados com a mulher, feia e mais velha do que o atrevido.
Ficou de olho. Sabia que o jovem estava querendo aprontar alguma coisa. Sua experiência no combate ao crime mais uma vez teria utilidade. Aquelas pessoas com sorriso inocente estavam bem protegidas. Se houvesse problema teria apoio dos outros policiais. Com certeza o ambiente estava seguro.
Pensou no ano de 1980, quando teve que deixar um plantão urgente para acompanhar sua esposa ao hospital. Tudo por causa de Maria Clara. Menina complicada.
Nasceu com o cordão umbilical enrolado no pescoço, com grande susto para o casal. Depois veio o primeiro dia de aula, primeiro namorado expulso de casa, logo aos sete anos, e outras situações que exigiam pulso firme, coisa que somente um pai militar pode entender.
Na infància o colégio de freiras, no fundamental o colégio de freiras, e o grande problema do ensino universitário: por que não uma escola militar, com fardas, segurança e disciplina? Por que a opção de cursar artes dramáticas, onde poderia arranjar um namorado ator, bailarino, aquele pessoal que não entende o universo dos quartéis? Que tormento.
Mas Deus, aquela entidade em que todos crêem, ajudado por Nossa Senhora e Santo Expedito, soube ouvir suas preces. Só as suas, por que a mãe achava tudo natural de mais. Até sonhava com a filha namorando um ator da Globo, daqueles bem...
Um som mais alto chamou sua atenção. Tinha que comparecer à entrada do prédio. Maria Clara desembarcou do veículo, um pouco excessivamente maquiada, trêmula como se estivesse bêbada ou drogada. A mãe da jovem também tremia. E chorava.
Seria arrependimento? Trama coletiva? Não saberia dizer.
Nervoso apanhou o braço da filha e voltou para a igreja. Passou sob as espadas dos cadetes e caminhou para o altar.
Ironicamente o elemento estava próximo ao padre, aguardando que o coronel entregasse a mão da jovem em casamento. Com toda a desfaçatez que um cínico pode ter.
Sua experiência militar neste momento foi fundamental. Passou a filha ao tenente Césio e desatou a chorar na frente dos convidados.
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