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Poesias-->Jerusalém -- 19/12/2003 - 10:05 (JOSEPH ESKENAZI PERNIDJI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jerusalém!

Filha querida, pela qual tantas lágrimas foram vertidas!

Lágrimas que molharam as pedras de teus caminhos ...

Pedras sofridas, lisas, milenares.

O que há em ti de magia, de encantamento, de eternidade?

O que há com o teu sol?

O sol de Jerusalém que doura a rósea rocha das montanhas de Judá. A rocha, a rocha simples que a pureza do teu ar e a luz do teu céu transformaram em mármore.

E, entretanto, não és uma cidade de mármore.

Longe, muito longe do vetusto e frio mármore da Roma Pagã ou da Atenas, sábia e severa.

E o teu calor, Jerusalém?

Esse calor que além de colorir as casas, as vias, as pedras, aquece a alma, enleva e extasia.

E a tua voz, Jerusalém?

Que vem de longe, de pouco a pouco, de mansinho, quente e terna, sussurrante, a segredar-nos milênios e trazer-nos a palavra candente dos Profetas que te amaram.

A voz, que é também um maravilhoso cântico de amor. Do sábio Rei, e da doce morena Sulamita.

Ou então, e, ainda, essa mesma voz, Jerusalém, que ressoa tonitruante, que baixa do céu escarlate, rompendo o manto bíblico das nuvens assustadas, e que nos fere a consciência, que faz estremecer toda a nossa estrutura.

Voz que aconselha, que adverte, que acusa.

Voz que nos fala de amor, de justiça, de igualdade.

Voz que á nossa única esperança.

Voz que é o vento que sopra. Que é o espírito que incandesce.

O vento de Jerusalém!

O vento que geme e arrasta, que destrói e queima, mas que acaricia e que ama, e que, nos altares, adora.

A gente de Jerusalém!

Os homens, os velhos de barbas seculares, as mulheres envolvidas no manto dos milagres, as crianças de sorriso cândido.

Onde vivem? De onde vêm? São de hoje, ou são de ontem? São de sempre?

Jerusalém, no teu berço se acalentaram as esperanças do Homem.

De ti saíram, para o mundo, a verdade e a justiça, à procura da humanidade aflita e sedenta.

Jerusalém de Ouro.

Jerusalém, a Bem-Amada! A cidade de David! Da torre altaneira, dos ciprestes eretos, das sofridas colinas de Judá, das oliveiras e dos montes.

Jerusalém, cujos olhos fitaram todo o amor e toda a dor do Universo.

Querida Jerusalém que abrigou o Templo do Pai Eterno ... Muralhas que hoje choram as gerações perdidas ...

Jerusalém, que testemunhou a ira sagrada do Nazareno ao não permitir se profanasse o Templo com a vileza dos vendilhões.

Do Templo de Deus, de Deus que era, que é, e que será.

Quem, hoje, em tuas ruas caminha, ó Jerusalém, se torna místico sem querer sê-lo.

Quem resiste à tua atmosfera?

À tua paisagem bíblica? À emoção que despertas? Quem não esquece passado, presente, futuro, ao ver-se envolvido na luz da tua magia?

Quem não convive em êxtase com a tua imortal História?

Quem não sente, constante, nas próprias veias o sangue milenar que te mantém viva para todo o sempre?

Jerusalém Santa, unida, livre.

Uma só cidade.

Mãe da humanidade.

Jerusalém, que é o mundo.

Jerusalém, que é o Homem.

Jerusalém, Cidade Eterna!





Este poema está publicado no livro “Das Fogueiras de Inquisição às Terras do Brasil - A viagem de 500 anos de uma família judia”, publicado em 2002 e já na sua segunda edição.

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