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Contos-->Não se foge do destino -- 20/06/2003 - 23:03 (Barbara Amar) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Insone, virava-se na cama. Invadida por súbito calor afastava as cobertas expondo o corpo suado. Cruzava as pernas para depois soltá-las tentando relaxar. Já experimentara todas posições: de bruços (terrível), em decúbito dorsal (aceitável), de lado (a preferida). Não havia jeito. Continuava sem dormir. Cogitou em abrir a janela; ar refrigerado nem pensar, de manhã estaria com a garganta ardendo. Sabia que fazia frio lá fora. O calor, ela o conhecia. Vinha de dentro - gerado por ela, sua essência. Um movimento brusco descobriu-lhe as pernas, nem pensou em baixar a camisola. Camisola de cetim, curtinha, pra que tanto capricho se dormia só? Sem planejar, deixou que a mão direita deslizasse na pele macia e ardente. Assim ficou, alguns minutos, receptiva à eletricidade originada pelo próprio corpo. Um simples meneio de pernas desnudou o púbis alto e opulento. Subiu a mão devagar. Fechou os olhos. A lembrança do eterno amante açoitou-a. Suas juras de amor eivadas de cinismo e falsidade; nunca prestara, sabia, mesmo assim jamais o esquecera. Não tinha jeito, o maldito estava cunhado em sua alma. Teve vontade de gritar, de implorar para que ele a libertasse da perversa paixão. Mas como? As lembranças, o amor. Tão distantes, ela falando com as paredes e ele... Pensaria nela, um minuto que fosse?
- Deve estar rindo de mim, debochando da minha contínua estupidez.
Uma lágrima refrescou seu rosto abrasado. Os soluços convulsionavam-lhe o corpo; abraçou o travesseiro em busca de ajuda, como se fosse gente e pudesse confortá-la. Quem a visse encolhida daquele jeito, sofrida e rejeitada. Enxugou as lágrimas com o dorso das mãos. Após a descarga emocional veio a calmaria; com os olhos ainda molhados acariciou de leve, os dedos úmidos do próprio pranto, o sexo indomável a exigir plena satisfação. Naquele momento, sua mente voltou-se toda para o mago que invadira sua vida sem pedir licença. Rememorava suas minuciosas instruções de como agir para alcançar o clímax do prazer. O cérebro martelava as ordens eróticas em contínua repetição. Mais e mais. E eles vieram - os orgasmos, como sempre múltiplos e encadeados, soerguendo seu corpo incontrolável. Consumida, deixou-se ficar no leito. Satisfeita. Dominada. Adormeceu.

26/05/03


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