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Contos-->O Namoro de Joana e Frederico -- 21/06/2003 - 14:54 (Gustavo Henrique) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Joana, implorando por segredo, contou para sua melhor amiga, que fofocou para Beatriz, que escreveu para Maria, que bipou para Angélica, que mandou um e-mail para Diego, que ligou para Frederico, que caiu duro no chão: sua namorada Joana estava grávida!
Frederico levantou-se, sacudiu a cabeça crédula e tentou organizar as idéias. Sabia que deveriam ter tomado mais cuidado! Mas infelizmente haviam sido pegos pela inconseqüência juvenil.

O rapaz, fechado em seu quarto, depois de muito pensar na situação, acabou percebendo que afinal a gravidez de Joana era algo positivo, pois sabia o quanto ele era feio e burro, e por isso não via motivo nenhum que o ligasse definitivamente à sua namorada. Mas com aquele filho, Joana estaria sempre associada de alguma forma à sua vida. Não havia dúvidas de que teriam de se casar. Que maravilha! Perdeu horas e horas a imaginar a futura cerimônia.

Joana, vendo uma “baleia” no espelho, virava-se em diversas poses, mirando sua barriga.
-Deixa de paranóia, Joana! – diz sua melhor amiga, fazendo as unhas com desdém – Quando nascer, e você olhar para aquele rostinho, todo esse desespero vai embora... você vai ver!
-Nascer?? Você não entende! Eu não posso ter um filho!
-Você por acaso está pensando em abortar? Sua mãe ia ter um troço! Ela é tão religiosa que até peca de propósito pra Deus não perder o emprego!
-Sou jovem demais, e ter um filho vai arruinar minha vida!
A amiga sorri, irônica: -Essa criança só seria motivo de ruína se nascesse feia e burra igual ao Frederico!
-Ora! E ainda faz piada! Que amiga é você? Frederico não é nenhum galã de QI 150, mas sempre foi muito gentil e companheiro. – suspira então de desânimo – Nem sei como contar isso pra ele. Pra falar a verdade nem sei se vou conseguir disfarçar quando encontrá-lo...
-Você vai disfarçar? – perguntou a amiga.
-Bem... vou. Pelo menos até pensar em uma maneira adequada de dizer.
Nesse instante, toca o telefone, e Joana prontamente vai atender:
-Alô?
-Oi, Joana! Sou eu!
-Ah! Oi, Fred! Tudo bem?
-Tudo, e você?
-Tudo bem!
-Pois é...
-Pois é o quê?
-Nada, ué...
-Como, “nada”?? Viu só, Fred? A gente não consegue mais conversar direito! Acho que devíamos terminar!
-Terminar?? M-mas e o nosso casamento?? – inconforma-se o rapaz, deixando escapar, sem querer, os seus sonhos matrimoniais.
-Casamento?? Frederico! Por acaso você já sabe de alguma coisa??
-Eu? Não! Não sei! O Diego não me falou nada!
Joana sacudiu a cabeça, lamentando o gênio obtuso do namorado, que piorava em situações de tensão.
-Tudo bem... não importa mais... pelo menos você já sabe.
-Joana, eu sei que na hora parece uma coisa ruim, mas pense bem: essa criança é um fruto do nosso amor!
-O quê?? Fruto do nosso amor?? Esse bebê é um racho em nossas vidas! É um trator por cima do nosso futuro a desmoronar! É um câncer que vai doer e doer pelo resto dos nossos dias!
Frederico ficou perplexo por alguns instantes, e depois falou lentamente:
-Não diga mais nada, Joana... porque eu te conheço demais e não sei como pode falar assim de um ser humano que pra descobrir a vida só terá a nós dois.
Joana calou-se, e nos dias seguintes seria impossível que ela não se convencesse de que o melhor seria mesmo superar todas as dificuldades e seguir o fluxo de seus destinos.
E nos anos seguintes, uma criança poderia deixar de reclamar por ter um pai feio e burro demais, e passar a agradecer por ter um pai humano demais.
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