Usina de Letras
Usina de Letras
130 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50628)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Dança do ventre -- 20/01/2003 - 00:32 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Eu estava no meio da multidão quando a bailarina começou a se contorcer. Era a dança do ventre. Milenar, mística, espetáculo de equilíbrio e magia. Depois perguntei de onde veio. Egito, foi o que respondeu.
Lembrei de velhos filmes onde os sheiks se enfileiravam entre as tendas para apreciar as dançarinas. Diante de famílias amontoadas em grandes haréns, todos empunhando sabres e adagas, mostrando que havia um tempo para guerrear mais presente do que tempo para amar.
Uma, duas ou três dançarinas poderiam distrair durante algum tempo os homens da arte da guerra, mas da guerra os árabes não esqueceriam com certeza.
Depois a guerra foi ficando em segundo plano. Os árabes só queriam viver suas vidas. E descobriram petróleo em suas terras. Foi o que permitiu um intercàmbio maior com os ocidentais. Substituíram os velhos conceitos de brigas por oásis por outras coisas. Encheram a Arábia de supérfluos para se mostrarem desenvolvidos.
Os sheiks se dividiram em ricos e pobres, mas o povo continuou sem grandes esperanças. O capitalismo na sua forma mais avançada continuou a semear as discórdias. Talvez tenha sido por isso que os tuaregues, tradicionais habitantes do deserto, não se considerem presos a nenhuma nação constituída.
São vistos como subversivos por não aceitarem os governos organizados de forma ocidental. Os tuaregues continuam sendo considerados inimigos de vários governos. Acreditam que são o povo do deserto, e que as fronteiras do deserto não são as mesmas dos papéis dos governantes.
Todas as noites os homens do deserto se reúnem com suas famílias para conversar sobre as poucas coisas que acontecem, as dificuldades de se manterem vivos nos ambientes inóspitos, tendo como recompensa a beleza das estrelas e os valores milenares, desprovidos dos contatos com a civilização ocidental, cheia de facilidades que não lhes interessam.
Entre as coisas que prezam, união familiar, espírito de luta para enfrentar o deserto e algumas tribos inimigas, o momento de descanso apreciando a dança do ventre.
Os ocidentais vêem na dança apenas o gesto da sensualidade, atribuindo aos orientais todos os seus preconceitos e sua ignorante forma de ver o mundo sobre os padrões capitalistas, imaginando mil bobagens.
Pobre civilização ocidental, que se perde em valores transitórios, tentando agregar dinheiro a todos as culturas.
Parei de pensar durante algum tempo nos valores ocidentais. A dança do ventre continuou mais algum minutos. Deixei me levar pela magia e pelos olhos da dançarina. Alá seja louvado.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui