Literatura de cordel - setilha
Cordelando com Marina – 4
Por Airam Ribeiro
28/11/04
Realmente Marina
Extenso é o saber
Cada hora tem lições
Para o nosso aprender,
Temos que tirar proveito
Pois tudo já vem no jeito
Pra gente saber viver.
Todos, estamos longes
Da famosa perfeição.
Como você já disse:
A vida é uma lição
Mas ela sendo vivida
De alegrias contidas
O resto vem de montão.
Cada dia que passa
Agente vive a aprender,
É sobre o pomar ainda
Que eu vou te responder
Mexer com gente ociosa?
Nem continuo esta prosa
Nunca mais quero saber!
É melhor comprar na feira
Que já vem tudo no jeito
Lá agente já compra
A moda do prato feito
Fazer pomar pra vaqueiro
Não é o Airam Ribeiro
Que vai dar esse direito!
E sobre aquele convite,
Aqui causou alegria!
Avise para seu pai
Que vamos fazer freguesia,
Assim que Teia voltar
De um passeio que vai dar
Marcaremos qual o dia.
Não preocupe com a comida
Ligo mais para a atenção
Tendo um bom papo sadio
Intera-se com o feijão
Mas se tiver algo mais
Não vou deixar para trás
Essa é minha opinião.
Quando vi você chegando
Lá da sua pescaria
Vi na simplicidade
Toda a sua alegria
Com as piabas a pular
Deu Mica para pescar
Trairias naquele dia.
Depois seu pai me mostrou
A sua riqueza Marina,
É a água que dos canos
Vem limpinha lá da mina,.
Vi o peru encrenqueiro
E logo que ligeiro
Vi matérias para as rimas.
Saboreei da acerola
Daquele pé carregado,
Vi patos e galinhas
Um galo bonito ao lado
E de cá do seu quintal
Seu pai mostrou-me o cacau
Como estava carregado!
Mas distante observei
Também o mandiocal,
À direita também vi
Cercado o bananal,
Tudo isso seu pai mostrava
Eu quieto observava
De dentro do seu quintal.
Agradece a D. Lurdes
Pelo café saboroso
E ele não veio puro
Comi biscoito gostoso,
Senti a felicidade
A nove km da cidade
No olhar afetuoso.
Passeando numa casa
Não olho os móveis que tem
Fico mais a observar
É na atenção também,
Não sou adepto a riqueza
Só enxergo a beleza
É no coração de alguém.
Cada gesto é uma beleza
Para os olhos de um poeta,
Vejo que numa casa simples
É que o amor manifesta,
Dizem que nós somos loucos
Não ligo nisso nenhum pouco,
A felicidade é que é a meta.
“A felicidade às vezes deixa
O whisky e o vinho
O bolo fofo de trigo
O luxo e o pergaminho
Onde tem falsos amigos
Para procurar abrigo
No mais humilde ranchinho”.
Felicidade agente faz
Dentro da nossa mente,
O meu inferno eu faço
Quando não estou contente
Meu céu eu mesmo construo
Nas coisas que não destruo
Disso já estou ciente.
Agente seguindo as leis
Que está na natureza
As coisas acontecerão
Na mais perfeita beleza
A lei de causa e efeito
O torto ou o direito
Faz alegria ou tristeza.
Também tive um irmão
O mais velho por sinal
Parece que teve essa sina
De ter esse mesmo mal
Na cabeça teve um tumor
Que sofreu de tanta dor
Lá em nossa capital.
Até hoje não esqueço
De Hibelmont Conceição
Ele era o mais velho
Era um alegre irmão,
Sofreu com aquele tumor
Que doença, que horror!
Lembro com emoção.
Mas acredito piamente
Na reencarnação
Pois isso eu aprendi
Dentro de minha religião,
Viemos para progredir
Um dia temos de partir
Pra dar conta da lição.
A terra é uma faculdade
Somos meros estudantes
Voltamos para dar conta
É um vai e vem constante,
O bem só nos eleva
O mal só trás trevas
Isso veremos adiante.
Vivemos um para o outro
Na lei de afinidade
Seguimos uma programação
De acordo a sua vontade.
Nascemos num mesmo lar
Para algum débito saldar
Essa é a pura verdade.
E assim Marina
Diante de tanta meditação
Cada um segue o que manda
A sua religião
Cada um deve o respeito
Pois todos temos direito
De ter uma salvação.
Agora é contigo
De dar o prosseguimento,
Cite a prosa ecológica
Que te dei naquele momento
O que achou pode falar
Dou o direito de criticar
Para o meu melhoramento.
Dê abraços em Sr. Manoel
Em D. Lurdes também
Convido eles para vir
Em minha casa também
Como um poeta foi falar
Amigos são coisas pra se guardar
Dentro do peito de alguém.
E para você Marina
Um abração especial,
Espero que continue
Sendo esta amiga leal,
Não tenha pressa em responder
Faça com atenção e prazer
Isso é primordial.
Essa briga é de nós dois
Só a nós poeta compete,
Aviso que seus trabalhos
Já se acha na internet
Em brigas sadias de amigos
Não quero que inimigos
Aqui o seu bico mete.
Avise pra sua irmã
Que está em Belo Horizonte,
Que a usina é uma água
E que ela beba desta fonte
Que ela dê a opinião
E também sugestão,
Peça que ela nos conte.
