Neste começo de ano conheci o Tristania, uma banda norueguesa que segundo vários sites de fãs é uma banda de Death Metal, ou seja, que tem letras que citam o demônio. Já outros sites chamam a banda de Doom Metal que quer dizer mais ou menos que a banda mistura elementos do gótico com o heavy. Mas isso é pra quem tem que rotular o artista. O som que o grupo faz é bem diferente do que estamos acostumados a chamar de heavy metal, seja ele o que for. Como eu disse existem influencias góticas, influencias medievais, influencias do death metal e até música clássica no trabalho desta banda.
Mas deixando estes detalhes de lado, o som da banda é sensacional, ainda mais que conta com uma vocalista de voz belíssima, Vibeke Stene, que faz um contraponto fortíssimo em relação aos vocais guturais de Osten Bergoy e Kjetul Ingebrethsen. Estes substituíram o antigo vocalista Morten Veland. E é este o grande atrativo da banda, essa quebra entre o vocal cheio de efeitos com uma voz angelical. Quando menos esperamos, no meio da barulheira, muito bem feita diga-se, surge uma voz que parece vinda do céu e que nos transporta para a Idade Média.
Bom, vamos lá, para você que não vive sem fazer comparações o Tristania lembra às vezes Type O Negative, outras o Fields Of Nephelyn, e porque não até mesmo lembra um pouco o Sisters of Mercy e Clan of Xymox . Mas deixo bem claro, apenas lembra, o som da banda é único, embora já venha sendo copiado por outras bandas da própria Noruega correndo o risco de ficar batido.
Um pouco de história, o Tristania foi formado em 95 por Morten Veland e Kenneth Olson, que faziam parte da Uzi Suicide, um ano depois resolveram que a banda deveria ter uma voz feminina e convidaram Vibeke para fazer um teste, aprovada, passou a fazer parte da banda. Em 97 lançaram a primeiro CD de forma independente, com apenas 500 cópias que foi parar nas mãos do pessoal da Napalm Records, tradicional gravadora de bandas pesadas. Pela Napalm gravaram mais 3 CD s e relançaram o primeiro com uma produção mais profissional. O Tristania parece ter iniciado uma tradição entre as bandas norueguesas, já que um bom número delas também conta com a participação de uma vocalista.
Um outro ponto que chama a atenção é a produção das capas dos discos da banda, mesmo que você não goste de rock pesado, pare e de uma olhada na arte destas capas, são trabalhos de muito bom gosto sempre com temas góticos mas que em nada remetem às tradicionais capas de heavy metal, cheias de demônios e sangue.
Infelizmente não assisti às apresentações da banda aqui em São Paulo, pelo que li foram ótimos shows, mas por puro preconceito, por falta de conhecimento ou até mesmo preguiça não fui atrás. Quem sabe eles voltam, o que não é muito difícil, afinal o Brasil é um dos maiores mercados para bandas de rock pesado no mundo, um lugar onde os shows sempre ficam cheios. Assim aproveito e vejo a linda vocalista Vibeke. Que nem precisaria ser bonita, pois somente sua voz já bastaria...
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