Cordelando com Airam Ribeiro – 4
Por Marina 31/01/05
Perdoe-me amigo meu
A demora em responder
Mas do nosso desafio
Não quero esmorecer.
Nossa briga é sadia
Trás-me grande alegria
Os teus versos receber.
Também fico muito feliz
Por você ter gostado
Da visita que nos fez
Naquele dia nublado
Viu na simplicidade
O valor da amizade
Num coração guardado.
Amiga sempre serei
Tenha essa certeza
Creio na amizade
Sentimento de pureza
Pois havendo verdade
Há também lealdade
Força, fé e beleza.
Dou-lhe inteira razão
Falsidade não convém
Quem tem amigo falso
Amigo nenhum não tem
Quero também afirmar
Luxo não pode comprar
O afeto de ninguém.
No caráter da pessoa
Está o alto valor
Quem faz o bem ao próximo
Tendo a Deus o temor.
Quem tem Deste, a amizade
Encontrou felicidade
O mais sincero amor.
Quanto a proza ecológica
Não deixo de comentar
Um trabalho importante
Feito pra denunciar
A inconveniência
Do homem sem consciência
Que só sabe explorar.
Pois essa raça humana
Chamada de “racional”
Anda fazendo estragos
Achando que é normal
Pois em sua sapiência
Não existe ciência
Para enxergar o mal.
Eu particularmente
Nunca dei aprovação
Ao homem que só anda
Por aí com alçapão
Pegando passarinho
Prendendo o bichinho
Fazendo seu ganha pão.
O homem ta pensando
Somente no capital
Não liga pra natureza
Nem para o animal
Porem o ano inteiro
Só pensa no dinheiro
Achando que é maioral.
Só quando houver o caos
É que vão compreender
Que a mãe natureza
É a morada do saber
E ao invés de destruir
É preciso construir
Um mundo melhor pra viver.
Amigo você me conte
Sobre sua religião
Fiquei muito curiosa
Pra saber desta questão
Precisamos conhecer
Pra poder compreender
Sobre cada opinião.
Temos livre-arbítrio
Isso é um direito
Todos fazem escolhas
Cada qual do seu jeito
Pra viver em comunhão
A toda religião
Deve-se muito respeito.
É preciso enxergar
Dentro do coração
Pra perceber a verdade
Compreender o irmão
Cada um tem seu valor
Idéia, sonho, amor,
Raça, classe e nação.
Dessa forma o mundo
Terá harmonia e paz
Infelizmente o homem
Essa idéia não trás
Só quer adquirir poder
Só pensa em ofender
O bem ao próximo não faz.
Mudando de assunto
Quero agora lhe cobrar
A história de Dominguin
Que prometeu me mandar
To ainda esperando
E já fui adiantando
A que prometi enviar.
Sobre meu querido pai
Este não é rezador
Apenas quis ajudar
Como distinto senhor
Apagando o fogaréu
Lá nas terras de Gedel
Com uma oração de valor.
Nosso amigo Israel
Se lembra bem deste fato
Acho apenas que ele
Ficou impressionado
Pois nunca se esqueceu
Deste fato que ocorreu
Em dias do passado.
Em oração de S. Nicolau
Eu nunca ouvi falar
N.S. do Monte Serrat
É oração pra se rezar
Com bastante devoção
Para obter proteção
E pra o fogo apagar.
Porem reza em barbante
Duvido que Sr. Manoel
Saiba fazer oração
E benzimento fiel
Inda mais fazer voltar
Alguém que foi descansar
Na eternidade do céu.
Contra cobra perigosa
Sua melhor oração
É uma vara comprida
Ou mesmo um bom facão
Estando bem afiado
Para acertar o alvo
Que ataca a criação.
A respeito do defunto
Exigente e falador
Só mesmo reza braba
Sendo de bom rezador
Acho graça do assunto
Reclamação de defunto
Só por causa do odor.
Mas mexer com rezador
Nunca foi boa questão
Pode ele achar ruim
E fazer uma oração
E benzimento amigo
Pode ser um perigo
É melhor largar de mão.
Agradeço amigo meu
A lata de goiabada
Que saboreei feliz
Co’a família animada
Agradeço a amizade
E sua sinceridade
Importante na jornada.
Leia Defunto falante e O rezador de Airam Ribeiro para entender este cordel
