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cronicas-->Pent a bairrista -- 20/01/2003 - 11:10 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Se dona Marli estivesse viva diria que o Brasil ganhou mais uma Copa do Mundo de Futebol por causa da origem do treinador, um ítalo-gaúcho-brasileiro. É que dona Marli era bairrista e gremista, e ainda atribuiria a experiência e o sucesso profissional do treinador Luís Felipe Scolari ao fato de ter nascido numa daquelas colónias de italianos residentes na serra do Rio Grande do Sul.
Dona Marli e seus cinco irmãos ouviram o Brasil campeão em 1958, pois não havia televisão no interior do Rio Grande naquela época. Em 1962 morava em Porto Alegre, terra do Grêmio, e ouviu de novo, ainda sem a famosa tevê, que era coisa de gente bem sucedida.
Em 1966 o Brasil era favorito e uma tevê Philips enfeitava nossa sala de visitas, mostrando as reprises de uma seleção que apanhou para o grande Portugal de Eusébio.
Em 1970 assistimos ao esquadrão formado por João Saldanha e comandado por Zagalo vencer a copa. Bairrista, ela acreditava que sem o Everaldo, lateral esquerdo que substituiu Marco António, o time não teria vencido. Everaldo jogava no Grêmio, e só deixou o clube levado por um acidente de trànsito fatal na década de 70.
Em 1974 todo mundo se decepcionou. Em São Paulo um pedreiro deprimido pulou de um prédio. A imprensa, mostrando que burrice faz parte do "metier", foi perguntar a Zagalo se ele não se sentia culpado pela morte do pedreiro, que pulou do prédio após a derrota para a Holanda.
1978 foi o ano do campeonato "moral" da Argentina, e dona Marli reclamava da falta de jogadores do Grêmio na seleção. Em 1982 e 1986 também passou raiva.
Em 1990, sem poder comemorar, teve sua última copa de sossego. Em 1994, suportando um càncer que surgiu em 1991, quase morreu do coração ao ver a luta de Taffarel contra Bagio. Escapou do vexame de 1998, mas posso sentir sua presença buzinando no ouvido de todos: "Eu não disse que se o técnico fosse gremista o Brasil só teria a ganhar?"
Pois é, dona Marli, a imprensa nacional, principalmente os etnocentristas do eixo Rio - São Paulo, acreditavam que só um técnico daquelas paragens poderia trazer o troféu máximo das seleções. Não podemos nos abraçar, mas posso sentir sua presença dizendo Penta Grêmio, quer dizer, Penta Brasil.
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