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Artigos-->ARMAÇÃO -- 28/05/2002 - 18:00 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Designou-se o dia 19 de abril para encenarem toda aquela trama há muito planejada. Os atores sairiam em uma Kombi e desceriam perto do local onde ocorreria a montagem. A incursão tinha como objetivo intimidar e lançar algumas sementinhas naquelas mentes desmioladas, decrépitas e insensatas.

Faziam parte da trupe: Kol o sectário, Bim Latem a vovó mais querida, Val o terrível e satãnico e Isa a morféia.

Enquanto o motorista procurava o trecho exato onde a exibição do texto evidenciaria o talento dos artistas, a vovó Bim Latem narrava eufórica, as peripécias em que incorrera na criação do seu primeiro homem bomba.

Kol por sua vez, em sendo mestre no Role Playng Game, contava como usava a sugestão para fazer com que os textos escritos por seus inimigos se tornassem manifestos e contrários ao bom senso.

A abordagem aos integrantes da família paranóica, extremamente insensível aos apelos de "fecha- beiço", que a turminha vinha tentando impor, seria feita na hora do almoço. Os hábitos de assédio indicavam como sendo esse o horário mais apropriado para a importunação. Tanto é assim que em outras ocasiões o lixo era queimado nesses momentos.

Mas logo que identificaram o sítio da ação, afastaram-se convenientemente e longe algumas centenas de metros, caracterizaram-se conforme determinavam os figurinos.

Kol, com o seu sapato meia sola, muletas, andrajos e aquela ensebada bolsa de couro, que pendurada no ombro direito, ultrapassava as medidas chegando-lhe nas canelas, pôs-se a andar debaixo daquele sol tórrido.

Em menos de dez minutos de esforço naquele calorão, as gotículas de suor puseram-se à mostra na pele previamente suja com engenho.

Isa a morféia, faria a primeira carga, apresentando-se como andrógino que consertava guarda-chuvas quebrados. Na segunda vaga de ataque, Kol surgiria dentre as ondas de calor do asfalto, e perguntando para o seu alvo se o número da casa era aquele mesmo, apresentaria um panfleto escrito à mão, onde contava uma história praticamente triste. Nela dizia que sofria de escabiose profunda.

Por fim, no arremate da armação, a vovó viria como seu poodle nos braços, rindo à socápa, dizendo que a todos seriam dado segundo suas obras.

No dia seguinte uma força tarefa teria a finalidade de constatar os efeitos do tripudio naquela comunidade.

Carros de som, pedintes e esmoleiros bateriam nas casas observando as reações. Fossem elas de ira ou inconformismo, teriam atingido o objetivo. Novas ondas de ataque sucederiam até que os desbocados saíssem da toca ou abandonassem o mau hábito de dizer asneiras contra os hábeis seres codificadores dos hálitos benfazejos ou malígnos.

A prosopopéia, enfim, deveria vencer.

Sempre.
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