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cronicas-->Tempo e areia -- 20/01/2003 - 11:21 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Havia um ingrediente novo naquele romance. Havia o tempo, não para flores ou abraços, mas para mexer na areia. Areia que talvez um dia fosse rocha maciça, mas sofreu com a ação erosiva, a briga do vento com as pedras, há muito tempo.
Isto permitiu que o jovem deixasse a namorada para buscar uma rosa morta, para enterrar naquela areia, que já foi rocha, forte, consistente como o amor, mas que agora era massa dispersa, como as coisas que mudam com o tempo.
A namorada olhou a flor sem vida, que tombava sob a areia, flor sem mais tempo, que voltava para o solo, de onde havia retirado suas temporárias forças, como se fosse a volta de um grande amor, um amor voltado no tempo.
A flor foi coberta, o amor questionado, mas houve tempo para um beijo, um olhar, um amor sobre a areia, que estava inerte, alheia ao tempo, esperando o vento.
Os jovens não viram o tempo passar sobre a areia, amaram muitas vezes, temendo que o tempo passasse e não pudessem mais deitar sobre a areia, com medo de estar sob a areia, conforme a rosa morta do amor dormente.
A areia foi agitada pelo vento, pelo frigir dos corpos, que sem pensar no tempo, amavam-se loucamente, na esperança de reviver a rosa morta sob a areia.
O tempo não passou nem parou, apenas esperou enquanto andava que os jovens fizessem amor, enquanto o vento cantava no deserto, que também era praia e beira de rio, pedaço de mar escondido.
A areia pegou o sol, pegou a lua, pegou o vento e o tempo que passavam para saudar os enamorados que amavam sobre ela, querendo resgatar a rosa morta perdida nas pequenas pedras.
O vento remexeu a areia, jogou areia sobre os corpos, arranhou os corpos nus que se amavam no deserto, na pequena praia, já esquecidos do tempo.
A rosa morta continuou morta, mas os corpos insaciáveis foram vivamente recompensados por namorar na areia, sob o agradável vento, que depois cedeu lugar ao tempo, para que se olhassem novamente.
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