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Artigos-->MARCELO, O TAXISTA -- 01/07/2023 - 14:23 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

MARCELO – O TAXISTA

 

 

          Um amigo de infância não conhecia o Rio de Janeiro e este ano resolveu fazer um passeio na Cidade Maravilhosa. Como eu havia morado lácute; por vácute;rios anos, e, no ano passado, estive no Rio; pediu-me algumas informações e indicação de alguém de confiança para auxiliácute;-lo no deslocamento pela cidade, mostrando-lhe os pontos turísticos.

          Indiquei o taxista Marcelo e isso me ensejou a escrever estas linhas, por sua honestidade. Honestidade é característica de quem é honesto e age de acordo com as normais morais e éticas, de quem tem honradez, dignidade e probidade, ou seja, de quem não se pode reprimir moralmente, castidade. Atributos que todos nós deveríamos possuir e nunca ser motivo de espanto quando nos deparamos com situações em que a honestidade sobressai.

          Pois bem, como disse fui ao Rio ano passado. Na oportunidade, peguei um tácute;xi do Parque Luís Gonzaga, antigo Pavilhão de São Cristóvão, ou Feira dos Paraíbas como era conhecido o local em épocas passadas, para Copacabana. O motorista vendo que eu não era carioca, pegou a rota mais longa; ou seja, saiu do local, desceu até a Francisco Bicalho e foi em direção ao Túnel Prefeito Marcelo Alencar, que sai na Primeiro de Março e vai até o Aterro do Flamengo.

          Vendo a volta que o motorista estava fazendo, perguntei-lhe por que ele escolheu aquele caminho? Ele respondeu que era a maneira mais curta e rácute;pida de se chegar ao destino.

          Eu conheço muito bem a cidade e vendo que ele estava querendo aumentar a corrida e, consequentemente, o preço, disse que ele tinha alternativas melhores e mais curtas para chegar. Ele retrucou e eu disse-lhe que havia morado no Rio por mais de trinta anos, exagerei, e que conhecia muito bem a cidade e que ele deveria ter pegado o Túnel Santa Bácute;rbara, saído nas Laranjeiras; ou pegar a Riachuelo e sair no Aterro, ou até mesmo,  a Presidente Vargas, depois a Rio Branco e sair também no Aterro, apenas para demonstrar para ele que eu conhecia e que ele estava me enrolando, mas não enrolando um trouxa.

          O fato que estou contando é somente para mostrar que a honestidade deve prevalecer em qualquer circunstância. Muitas pessoas acham que ganham mais sendo desonestas. E isso fica bem patente nesta história, principalmente, para nós mortais que não fazemos parte de qualquer poder no Brasil.

          Quando cheguei em Copacabana, desci antes do destino. Paguei a corrida; fui embora e não dei qualquer atenção ao sujeito.

          No dia seguinte, precisei de um tácute;xi novamente que apanhei em frente ao hotel. Era o motorista Marcelo. Ele me levou ao meu destino com a maior gentileza, educação e sem fazer qualquer arrodeio para ganhar mais.

          Ao fim da corrida, paguei o preço marcado no taxímetro, dei uma gorjeta, pedi o número do telefone dele e perguntei se ele estaria disposto a me pegar no hotel quando eu precisasse. Se dispôs de imediato. Toda vez que precisei de um tácute;xi, durante minha estada na cidade, era só ligar para ele que imediatamente me apanhava e me deixava onde eu quisesse.

          Vim embora e fiquei com o número do telefone dele. Aí, meu amigo pediu indicação; liguei para o Marcelo que se lembrou de mim e expliquei o motivo da ligação. Dei o número dele para o meu amigo que ia para o Rio com a família e durante os dez dias que permaneceu lácute;, Marcelo trabalhou diretamente para ele, levando-o a muitos locais.

          Num país como o nosso, onde a desfaçatez, a picaretagem, a falta de vergonha, a falta de honra, a desonestidade, melhor dizendo, passou a ser a tônica, principalmente, por parte daqueles que deveriam pelo menos ter a preocupação de se mostrar digno, honesto e honrado, ser honesto ainda é motivo para que façamos nossas escolhas e acreditemos que podemos ainda viver em um lugar melhor, onde a picaretagem e o crime não compensem.

          Marcelo, provavelmente, durante os dias que trabalhou diretamente para meu amigo, assegurou um ganho sem ter a preocupação de roda batendo, como se diz quando um carro de corrida roda sem passageiro, durante horas a fio, enquanto isso o “sabido”, provavelmente, teve que batalhar muito mais do que Marcelo nos dias mencionados.

          Valeu, Marcelo. Continue sendo honesto numa terra onde a desonestidade venceu; principalmente no seu Rio de Janeiro tão lindo, mas como todo o Brasil, horrível de homens sem carácute;ter, honestidade, dignidade, decência.

 

                                       Fortaleza, julho/2023

                                       HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

Comentarios

Eliana Barros   - 01/07/2023

Marcelo uma pessoa leal aos princípios da vida dele.
É uma joia rara no Rio de Janeiro, sabendo que infelizmente o Rio de Janeiro anda mal.
Parabéns poeta Henrique César pelo belíssimo artigo.
Um forte abraço.
Obrigada por compartilhar. 🌹
Com admiração Eliana.

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