Faço um verso indecente
para entreter meus dedos,
que suaves se movem como marionetes
e nos teclados lançam feixes...
de palavras imorais.
Eu sou jovem, não me importo.
Sou como todos, iguais!
Não tenho paciência,
mas me conformo em tardes decaídas como essa...
Tardes onde tudo parece úmido
E a noite vem mortalmente dopada de sono.
Eu ocupo seu tempo
Dizendo-te o que eu não faço.
Brincando apenas com palavras,
sou inconseqüente aos extremos.
Daqui faço guerras,
e lanço temor sobre os pobres homens da terra!
A piedade não me toca.
A santidade não me convém.
Por isso, esse sol desfigurado,
Essa luz inebriante,
e o desejo irreverente
de ver tudo levado
numa tormenta em correntes
de águas desvairadas
a corromper todos, tudo, qualquer coisa pela frente.
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