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Artigos-->Babi e o Grilo Falante -- 29/05/2002 - 16:50 (Bráulia Inês B. Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Antigamente tínhamos o grilo-falante. Aquela coisinha no ombro do Pinóquio, como a consciência, discreta, mas “cri-cri”. Este grilo sabia dizer ao boneco de pau o que era certo ou errado. Sabia que a tal terra das brincadeiras sem-fim iria transformá-lo num burro, e que o raposão não era um cara legal, senão um mau-caráter e aproveitador. O boneco de pau, com olhos vidrados era estúpido sem o grilo. O grilo era a esperança do bem, a esperança de finalmente ser transformado num ser humano.



Estamos com um tremenda falta de grilos hoje em dia. Temos gente metida a grilo, mas nem um grilo de verdade. Olha a Babi, do Programa-Livre, ex-MTV, toda caras e pernas tentando fazer seu cri-crizinho. É um cri-cri inaudível. São impressionantemente amorais, ou porque não dizer logo de cara, imorais, as opiniões da dona Babi. Esta jovem perdeu completamente qualquer noção de certo e errado. Será que perdeu ou nunca teve? Este é um dos meus medos. Pode ser que ela nunca teve. Criada pela babá eletrônica, voz da geração mais jovem, pode ser que ela nunca teve qualquer noção de moralidade fazendo parte de sua vida. Algumas palavrinhas de vez em quando sobre a prevenção à AIDS, ou contra a violência, mostram a pretensão de tornar o programa “educativo” para os jovens. Duvido de que o efeito educativo de tal imbecilidade seja algo além de transformar o adolescente num sexo-maníaco desprovido de qualquer noção de limites na sua vida sexual, e pior ainda, completamente auto-justificado para agir dessa maneira. É o Pinóquio já totalmente transformado em burro na terra das brincadeiras e prazeres, sem que o grilo-falante diga qualquer coisa, ou com o grilo-falante a lhe dizer sem parar: “você está certo – você está certo...”

Outro candidato a grilo é o Serginho Groisman.



Interessante no outro dia uma entrevista exibida pelo programa com uma “profissional do sexo”. O programa descaradamente tentava glamourizar a “profissão”. A primeira evidência disto foi a moça que escolheram, linda, provavelmente uma vitoriosa entre quinhentas mil candidatas a miss-prostituta. As perguntas tinham a intenção de mostrá-la como uma lutadora que sustentava os filhos e era apoiada pelo governo da Bahia.... Toda esta intenção naufragou como o Titanic diante das declarações amargas da moça sobre as violências que sofre constantemente, os filhos sem pai que não cria, a tristeza e auto-desprezo que adquire junto com o dinheiro. Em poucos minutos a entrevista foi cortada e “alegremente”



o programa passou para outra “atração”.

Num outro sábado ainda o programa “Altas Horas” tentava atiçar o lado voyeur dos adolescentes mostrando como viviam algumas moças numa “república de modelos”. Serginho parecia o raposão, marcando encontros com as meninas, tentando, sem sucesso por sinal, ser charmoso.



Tudo corria bem, mostrou-se a cozinha onde elas se revezavam no preparo das refeições, os beliches do quarto, até que algum adolescente do auditório perguntou às mocinhas se elas estudavam e quantos anos tinham... Pra quê! Era a pergunta proibida... Afinal ninguém instruiu o auditório que aquilo era imperguntável? Todas tinham entre 14 e 17 anos, e obviamente a maioria não estudava. Ah, raposão... Suas intenções foram desmascaradas. As moças, iludidas candidatas a Bünchen, seriam trancadas numa gaiolinha para serem exibidas e não teriam como decidir seu futuro, pois não estudavam... Estavam nas mãos do dono do circo, seja ele chamado Ford-Elite, Groisman ou Roberto Marinho.



Pronto, desliguei pra sempre minha televisão pra não ficar doente. Ajude-nos Deus senão daqui a poucos anos o Brasil será invívivel. Mande-nos grilos!

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