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cronicas-->Dança do ventre temperada -- 20/01/2003 - 12:28 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A cultura árabe tem coisas maravilhosas. Os destaques ocorrem no campo da culinária, arquitetura, filosofia e por aí afora. Foi o que seduziu Belarmina, mineira de Oliveira, a mergulhar de cabeça na riqueza de detalhes sobre a cultura oriental.
Belarmina descobriu tanta riqueza que ficou até confusa. Chegou mesmo a desejar mudar de religião, abraçando o culto maometano. Mas a preguiça, indolência e a falta de compromisso foram mais importantes, de forma que continuou na Igreja dos Milagres Amazónicos, uma seita bastante tolerante.
Em busca de detalhes encontrou um livro de receitas. Bendito achado. Doces e salgados, quibes, tabule, maravilha do mundo encantado.
Belarmina tomou conhecimento também da filosofia, tentando entender Avicena e Averróis, mas isto era secundário. Queria mesmo era entender a culinária e a dança.
Passou a dedicar quase todo o seu tempo a experimentar os pratos exóticos e simultaneamente buscar a beleza plástica através da dança do ventre.
Um pouco confusa, deu ênfase maior ao consumo de iguarias, de tal forma que ao longo de alguns meses seu ventre estava com 350 centímetros de circunferência.
Belarmina tentava, mas seu corpo não ajudava muito na dança que enlouquece os homens. Mas nem assim desistia, pois queria conquistar seu vizinho, o pacato Zé Batista.
Ao longo de dois anos sabia dançar, mas tinha problemas com o equilíbrio. Zé observava quieto o processo, pois nutria simpatia pela mocinha.
Um dia Belarmina convidou Zé para jantar. Convite aceito. Cortinas, véus, incenso, comida extraordinária, e para coroar a noite, a dança do ventre.
O avançado desenvolvimento da barriga da moça podia ser notado, mas Zé não ligou. Satisfeito com o talento culinário, sentou entre duas almofadas para assistir ao espetáculo.
Belarmina até que tentou, mas num momento de distração, tombou sobre o amado, causando parada cardíaca no magrelo, socorrido muito tempo depois pelos bombeiros, que tiveram que usar um guindaste para remover a moça. Foi triste. A dança do ventre, programada para aproximar o amado, afastou-o para sempre. Belarmina chora todos os dias, e para esquecer, come quibes em sua casa, na cidade de Belo Horizonte.
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