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Artigos-->Matemática simples: infidelidade masculina vs. feminina -- 29/05/2002 - 19:35 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Existe um chavão muito freqüente, até mesmo entre pessoas supostamente críticas: a idéia de que os homens são mais infiéis do que as mulheres. A infidelidade talvez pudesse ser pensada como intenção ou possibilidade metafísica.

Mas não, não é assim que o chavão formula: pensa-se de fato na infidelidade que leva as pessoas a praticarem sexo. Mais do que isso, fala-se de sexo entre pessoas de diferentes sexos.

Ora, sendo assim, tem-se uma impossibilidade: é impossível que homens heterossexuais pratiquem -- na média --, mais sexo que as mulheres idem.

Para entender porque, vamos supor um grupo de pares, homens e mulheres. Suponha-se que o homem 1 é comprometido (casado, noivo, namorado) com a mulher 1, o homem 2 é comprometido com a mulher 2, e assim por diante até o homem n e a mulher n.

Se o homem n praticar sexo fora de seu compromisso, digamos, como a mulher 1, some-se uma infidelidade para os homens. Mas também, é claro, soma-se também uma infidelidade para as mulheres.

E assim por diante: para cada vez que um homem casado for infiel, haverá uma mulher casada que também terá sido. Quando se somam as infidelidades de cada grupo, os totais são iguais. Portanto, como cada grupo tem o mesmo número de pessoas, as médias também são iguais.

Vamos agora supor outra população: de mulheres solteiras; m mulheres não comprometidas (solteiras, sem namorado ou noivo). Suponha-se que as mulheres não comprometidas praticam sexo com os homens comprometidos. Neste caso, cada relação entre um homem comprometido e uma mulher não comprometida, será apenas uma infidelidade de um homem comprometido.

Assim, a idéia de que os homens comprometidos são mais infiéis só é possível se houver um excedente de mulheres não comprometidas.

Contudo, essa conclusão cancela outro lugar comum: o de que as mulheres respeitam mais as instituições de compromisso (casamento, noivado, namoro) que os homens. É claro que em alguns casos, as mulheres não comprometidas podem ser enganadas por homens comprometidos. Mas isto não é sempre possível, nem pode ser mantido por muito tempo.

Por outro lado, vamos examinar a situação dos homens não comprometidos, que têm proporção praticamente igual ao das mulheres também não comprometidas. Mesmo em lugares como Manaus, com fama de possuirem mais mulheres que homens, qualquer censo demográfico mostra uma desproporção muito pequena -- de 49% para 51% etc.

Assim, pode-se pensar na população sexualmente ativa como um conjunto de n homens e n mulheres comprometidos, mais um conjunto de m homens e mulheres não comprometidos. Supondo a bigamia, o que é razoável no Brasil atual, a igualdade dos dos conjuntos de mulheres e homens não deve ser distante da realidade. No Brasil dos nosssos pais, era comum que um mesmo homem mantivesse mais de uma família. Com os salários atuais, isso é impossível...

É claro que também se supõe que os homens e as mulheres têm vidas sexuais de extensão próxima. Esta é uma premissa delicada, mas também não parece estranho no Brasil de hoje supor isso. Também no Brasil dos nosssos pais, depois de certa idade, apenas os homens tinham vida sexual. Isso não parece ocorrer hoje. De qualquer modo, a população mais jovem é maioria no Brasil, e esse fato minimiza as possibilidades de erro dessa premissa.

Existem duas possibilidades sobre as relações entre mulheres e homens não comprometidos -- ou como se diz informalmente, "solteiros".

Ou as as mulheres solteiras preferem preferem os homens comprometidos -- ou "casados", como se diz informalmente -- ou se dividem igualmente entre casados e solteiros.

Se elas preferem os casados, conclui-se que homens solteiros e mulheres casadas têm menos relações sexuais que seus equivalentes homens casados e mulheres solteiras.

Suponha-se que mulheres solteiras mantém relações sexuais com homens casados e solteiros durante um mesmo período da vida (mesmo que não sejam na mesma hora e lugar). Neste caso as mulheres solteiras são mais ativas sexualmente, junto com os homens casados (que se relacionam também com suas mulheres), seguidos pelos homens solteiros e mulheres casadas, que dividem seus equivalentes com os grupos mais ativos.

Em qualquer hipótese, considerando-se os grupos como um todo, as freqüências acabam se equivalendo: a eventual vantagem das mulheres solteiras é compensada pela desvantagem das mulheres casadas. E para que haja uma vantagem das mulheres solteiras em freqüência sexual, é preciso que os homens solteiros estejam em desvantagem perante os casados.

Deste modo, a não ser que se inclua a idéia de homossexualismo, homens e mulheres como um todo têm médias equivalentes de freqüência sexual.

É possível que o casamento mude o comportamento das pessoas, mas não no ponto de vista de alterar a proporção geral. Neste caso, seria melhor mudar o clichê para algo como "homens casados são mais infiéis que mulheres casadas". Mas também deveria ser dito que mulheres solteiras têm mais freqüência sexual que homens solteiros.

O que não parece verdade hoje, e nem é o que o chavão afirma.

Enfim, o chavão não se sustenta.
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