QUEM SOU
Angustio de pensar-me como um vento que passa.
Por isso, essa autocomiseração...
e tento agarrar fragmentos enquanto despedaço...
(...)
... e olho a quietude dos meus movimentos,
e nesse ato, derrubo casas e templos.
E caem também, as estrelas do meu pensamento.
Pensei de mim uma seta,
passei com sofrimento.
Pensei que sou estático,
e vi-me em movimento.
Pensei que sou quem sou,
e proferi um lamento...
E vi em mim um engano,
um descontentamento.
Gritei por todos os cantos,
gritos por fora e por dentro.
Quem sou
afinal quem sou?
Tire-me esse tormento...
*
Adelmario Sampaio
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