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Contos-->Vem aí... E não demora muito: TEM QUE SER ! -- 29/06/2003 - 21:49 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E não é preciso ir à bruxa

O futuro Primeiro-Ministro de Portugal

Do vulgar ao invulgar, por mais que espremam e retorçam os miolos, ninguém por enquanto o consegue qualificar. Quem se atreve a colocar-lhe etiquetas expõe-se tão só ao ridículo das tretas e a intenção virá desde logo à tona: lograr exuberante petulância, snobismo escusado, subreptício oportunismo na exclusiva mira de alcançar mais uns fáceis proventos.

Chama-se Pedro Santana Lopes e é sem dúvida momento uma das mais mediáticas figuras em raciocínio português. Em geral, reconhece-se-lhe uma chusma de defeitos, daqueles todos enquistados sob apreço medievo em evolução consequente.

José Lello, um simpático e metafórico político do partido que colocou Portugal de cócoras, face à hipótese de PSL se constituir num eventual e futuro candidato à presidência da República, soprou aos ventos mexeriqueiros que os portugueses, a partir daí, com um tal presidente, iriam ter dificuldade em definir a primeira-dama.

Golpe baixíssimo, refinado de sorridente malvadez e inequívoco apelo ao julgamento ignorante, que quiçá o actual lider autárquico de Lisboa não esqueça, entre a perversidade dos ditoches com que o têm mimoseado ao longo da sua carreira, de corresponder em azado momento a jogadas lodosas como esta.

Foi escolhido a golpe de ouvido por Francisco Sá Carneiro. O célebre mestre fundador do PPD seleccionou-o com a alma numa época em que Diógenes, cansado do inêxito de sua filosofia, tinha atirado com a lâmpada diurna para dentro de um contentor vermelho.

Senhoras e Senhores, sem anunciar novidade alguma, é de todos consabido que o Pedro gosta ilimitadamente de mulheres. As suas paixões passadas revelam quanto errado está o milenar sistema em vigor. Tenha-se a certeza que em seu íntimo a entrelaçante chama do "respeito-amor" perdura e perdurará acesa.

O que significará e será deveras para Pedro Santana Lopes a chama "respeito-amor"?... Quem em sua peúgada íntima lhe conhece o currículo de progenitor e bem interpreta a forma como trata da rampa de lançamento de seus rebentos, não carece de longa matutação para desde logo vislumbrar a intenção em órbita: Portugal... Antes de mais só Portugal!

Por esta única e exclusiva razão, entre todas as demais e complexas premissas que enformam o indivíduo político fundamental para liderar um povo em época crucial, não tarda que o actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa seja chamado a chefiar o governo de um pequeno grande país à beira mar plantado. E não é preciso ir à bruxa!... Necessário é sem dúvida cumprir Portugal com efeito... Rumo à Lusofonia !



Biografia

Advogado. Nasceu em Lisboa a 29 de Junho de 1956. Entre 1965 e 1973 estuda no Liceu Padre António Viera onde faz seus estudos secundários. É um aluno médio. Em 1973 entra para a Faculdade de Direito de Lisboa. Nesta faculdade, em 1975, evidencia-se na luta contra os comunistas e com um grupo de amigos funda o Movimento Independente de Direito (MID). Razões para esta luta encontra-as na Faculdade e em casa: A primeira fora tomada pelo MRPP e a segunda vê-se em graves dificuldades económicas. O pai de Santana Lopes fora saneado, em 1974, da Grundig por um grupo de "comunistas". Em fins de 1976, é eleito presidente das RGA (Reuniões Gerais de Alunos), e por essa altura adere ao PSD. Em 1978 ganha a presidência da Associação de Estudantes. É nesta altura que defende publicamente a estratégia de ruptura de Sá Carneiro, com a Constituição de 1976 e os militares de Abril. Por interferência deste é chamado para assessor jurídico de Alvaro Monjardino, no efémero governo de Mota Pinto e Mário Soares. Ganha então uma bolsa de estudo na Alemanha, para uma pós-graduação em Direito Constitucional e Ciência Política, que virá a abandonar no ano seguinte.

No PSD

Em 1979, quando a AD ganha as eleições, Sá Carneiro convida-o para seu assessor jurídico, para participar na revisão da Constituição. Em 1980 é eleito pela primeira vez deputado à Assembleia da República, sendo reeleito em 1985. Nesta fase torna-se assistente na Faculdade de Direito de Lisboa e entra no esplendor da boémia nas noites lisboetas. Quando o PSD, sob a batuta de Cavaco Silva ganha as eleições, em 1986, assume a pasta das secretarias de Estado da Presidência e do Conselho de Ministros. No ano seguinte encabeça a lista do PSD ao Parlamento Europeu, sendo eleito eurodeputado, o que implicou no abandono do seu cargo no governo. Não fica muito tempo em Bruxelas, regressando a Portugal em 1989. Insinua-se para um cargo governamental no sector das pescas. Cavaco Silva não cede. É nesta fase que se envolve na criação de um grupo na comunicação social, que se revela num desaire económico.

Na Cultura

Cavaco Silva estende-lhe a mão e em 1991 e nomeia-o Secretário de Estado da Cultura. Substitui Teresa Patrício Gouveia que na altura era acusada pelo PSD de estar demasiado comprometida com a Esquerda. Santana Lopes desenvolve então uma polémica gestão da cultura, pondo fim a tudo o que havia sido criado na sequência do 25 de Abril de 1974, como a Direcção-Geral de Acção Cultural. Jornais como o Público ou o Diário de Notícias acusam-no de inculto e de praticar uma gestão mediática a tombar para a ruína. Pelo meio sucedem-se os casos que alimentam a comunicação social: a "Pala" do estádio do Sporting (que leva à queda da Subsecretária de Estado Maria José Nogueira Pinto); o subsídio à actriz brasileira Tornoli; as aquisições ilegais para o seu gabinete; a censura de uma obra de José Saramago (realizada pelo seu Subsecretário de Estado Sousa Lara); as questões passionais, onde se torna indistinto o público e o privado; etc. Não há memória de nenhum membro do governo ter uma semelhante exposição pública. Em finais de 1994 abandona o governo debaixo de enorme pressão por parte da comunicação social, que o transforma no símbolo da incultura do Governo de Cavaco Silva, coroada pelas suas preferências pelo "concerto de violinos de Chopin".

No Sporting

Pela mão de José Roquette é eleito, a 2 de Junho de 1995, presidente do Sporting Clube de Portugal, que nesse mesmo ano ganha a taça de Portugal. Os resultados do Sporting ficaram sempre longe das expectativas e acaba por deixar o Clube a 4 de Abril de 1996. A sua imagem está então por becos e vielas. Instala-se a ideia que não consegue levar nenhum projecto até ao fim: propala-se que abandona o barco quando as coisas começam a ficar feias. Não passa de um boémio, hábil na arte da sedução e da palavra fácil. A comunicação social explora amplamente a questão dos lençóis, dos casamentos e des-casamentos com empresárias e ricas herdeiras. Torna-se entretanto comentador desportivo, o que lhe permite nunca sair do palco da política portuguesa.

Na Universidade Moderna

Exerce funções de assistente convidado na licenciatura de Direito, e chefia o centro de sondagens fundado por Paulo Portas, líder do CDS-PP. O caso nada tinha de especial, não fosse o facto de nesta Universidade ter ocorrido um dos casos mais graves de corrupção na sociedade portuguesa, e que ainda decorre nos tribunais. No processo constam alegadas ligações dos seus mentores à maçonaria e é frequentemente citado um dos seus colaboradores directos, o monárquico Sousa Lara. Até que ponto Santana Lopes conhecia o que se passava? Esta é uma questão onde os inimigos políticos ainda não lograram comprometê-lo.

Nas Câmaras

Marcelo Rebelo de Sousa, então lider do PSD, desafia-o para concorrer às autárquicas de 1997. Escolhe a Câmara Municipal da Figueira da Foz, um bastião do PS. Contra todas as expectativas obtém uma significativa maioria absoluta (60% dos votos expressos). Tinha aqui a  possibilidade de mudar a sua imagem pública. Ninguém acredita que ficaria muito tempo afastado de Lisboa e das suas festas.A boémia estava-lhe na massa do sangue, dizia-se. Acaba por ficar 4 anos. A obra que realizou na Figueira da Foz, nomeadamente criação de infra-estruturas culturais e de zonas de lazer especialmente destinadas aos mais novos e velhos , passa a constituir um sólido argumento sobre as suas capacidades como gestor público. Nas eleições autárquicas de 2001, concorre à CML. Contra todas as sondagens é eleito, ainda que seja por apenas 856 votos mais do que o seu adversário, João Soares. A expectativa é grande, não apenas no modo como irá conviver com a "esquerda ", mas sobretudo se irá cumprir um ambicioso programa eleitoral que implica o afrontamento aos grupos instalados, nomeadamente o dos especuladores imobiliários.

Por onde vais pois Pedro entre as confusas brumas políticas dos acinzentados tempos que decorrem. Talvez até às chaves da Pátria... Ainda não negaste teu Mestre uma só vez!

Torre da Guia

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