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Contos-->O VULTO - (Conto) -- 01/07/2003 - 01:44 (Emilio Carlos Alves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O VULTO – Conto. - Emílio Carlos Alves.

Corria o ano de 1953. Naquela época a família, que era composta do casal e quatro filhos, morava num chalé de madeira num bairro da periferia de S.Vicente/SP.
As condições eram as piores possíveis, só havia iluminação nas ruas e, mesmo assim, era muito precária. Nas residências as pessoas não dispunham de energia elétrica, utilizando-se de “lampiões a querosene”, cuja chama fraca e amarelada emprestava ao interior dos ambientes um certo ar de mistério.
Aliás, o local ermo com pouco ou nenhum movimento tinha, pelo menos à noite, a atmosfera da qual se revestem certos filmes de terror. Era o que se experimentava já, ao cair da tarde, mormente no inverno em que escurece mais cedo. Em outras ocasiões, quando dos dias chuvosos, a situação piorava bastante, com a umidade que provocava um nevoeiro semelhante ao famoso “fog” londrino, contribuindo ainda mais para acentuar o clima de suspense.
O mês era novembro e predominava o tempo chuvoso, bastante comum nessa época do ano. Naquela noite, uma segunda-feira, a jovem mulher, como de costume, aguardava pela chegada do marido, distraindo-se com seus dois filhos pequenos. Os outros dois maiores eram “enteados” - filhos do primeiro casamento do esposo - e, a exemplo deste estavam trabalhando naquele horário.
O quarto do casal dava diretamente para a rua que era observada através de uma janela. O interior estava como sempre parcamente iluminado pela chama do lampião. De cima da cama onde os meninos brincavam dava para ver o corredor e, no final deste, a cozinha com a pequena geladeira, daquelas antigas que eram refrigeradas com barras de gelo. Mais ao canto, um pequeno armário, desses utilizados para guardar mantimentos, era tudo o que se podia ver no fundo do corredor.
De repente, o menino mais velho - mais ou menos com 4 anos - parou com a algazarra que estava fazendo junto com seu irmão, para chamar a atenção da mãe, para o vulto mulher que teria divisado no corredor, bem ao lado da geladeira e próxima ao armário, dizendo:

- Mãe! Olha lá uma mulher!
A mãe visivelmente perturbada, nem olhou e tentou desconversar:
- Menino deixa de bobagem, não tem ninguém ali.

Ao que o garoto insistiu:

- Mãe! Olha lá! Tem uma mulher!
- Garoto, vê se não enche! Por que não volta a brincar com seu irmão?

O menino sentindo que sua mãe não ligara, também não insistiu mais, dando prosseguimento à brincadeira com o mais novo, esquecendo-se da aparição.
Claro que o mesmo não ocorrera com sua mãe que estava lívida, nitidamente apavorada com o acontecido. E ela, na verdade, tinha seus motivos...
Um pouco mais tarde, ouviu-se claramente o som de um assovio vindo da rua, mais precisamente da esquina mal iluminada. Era, para seu alívio, o marido que estava chegando do serviço.
Nem bem o esposo entrou no chalé, relatou-lhe os fatos , culpando um dos enteados pelo acontecido. Segundo ela, no dia anterior, 2 de novembro, fora o “dia de finados” e o enteado mais novo trouxera para casa um maço de velas. As velas - prometidas para serem acesas no túmulo de sua avó - estavam guardadas em cima do armário da cozinha. Ocorre que, com a chuva, que é comum nesse período do ano, ele não fora cumprir a promessa.
Segundo a mulher, era o espírito da avó que teria vindo acusar a falta cometida, reclamando por suas velas. Tal relato foi repetido, desta vez ao enteado que voltara para casa de madrugada. E, com a exigência de que no dia seguinte, as velas fossem levadas dali, para serem acesas no cemitério, em memória da falecida.


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