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Artigos-->Causas e Efeitos...Solução ? -- 08/11/2000 - 10:10 (Luiz Torres da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
C A U S A S E E F E I T O S - Solução ?



Analisando-se a atuação do governo - mesmo sem compará-lo aos que o antecederam, chega-se a conclusões estarrecedoras e inacreditáveis, face a desfaçatez com que age, declara, propõe e esquece.



O objetivo principal de qualquer administração deveria direcionar-se ao equilíbrio sócio-econômico da nação, destacando o bem-estar do povo, sua segurança e dignidade; preservar a unidade e a estabilidade da família como esteio da sociedade; dar ao homem o direito de ser auto-suficiente e poder manter sua família mesmo com modéstia, mas com decência e altivez.



Esse desequilíbrio gera a marginalidade e, conseqüentemente, a criminalidade, a falência dos costumes, o inconformismo e a violência. Os direitos humanos servem apenas para invocação legal dos que estão no poder, porque para o homem comum não prevalecem.



Para nós que assinamos os dois jornais editados na praça, sua leitura já se tornou monótona. Sempre as mesmas notícias, as mesmas propostas, as mesmas declarações, os mesmos artifícios. O interessante, na atual conjuntura, é que o senhor presidente se tornou o mais loquaz porta-voz do governo (porque o " oficial" é mudo). Fala sobre tudo, diz e desdiz sobre projetos, propostas e filosofias, buscando sempre a aglutinação política, prometendo o que não poderá dar, propondo acordos, fazendo conchavos e, com a maior cara de pau, se contradizendo constantemente.



Agora mesmo temos uma prato cheio: o governo propõe que se prorrogue o Fundo Social de Emergência, alegando ser necessário para, eventualmente, ser aplicado sobre os salários caso o consumo aumente. Assegura, entretanto, que não fará uso do mesmo em nenhuma hipótese. Engraçado, não? Se não vai aplicá-lo porque prorrogá-lo? Mas para evitar que a discussão esquente e prejudique a votação, lança um projeto educacional incrementando a municipalizaçÀo do ensino, com verbas que permitirão fazer justiça ao professorado, no que tange à remuneração. Está na cara que tal proposição visa os governadores, buscando o apoio político para aprovação do famigerado Fundo, que, por sinal, já está incluído no orçamento em votação. Mas nesse mesmo orçamento a verba para o projeto proposto não excede a 0,5%.



Claro que ao governo não interessa revisão tributária, redução de impostos ou melhor distribuição de renda. Interessa-o simplesmente é continuar dando as cartas - normalmente marcadas e gastar a receita do Fundo onde melhor lhe convenha. Verba para a reforma do ensino, não constando do orçamento, sai quando e caso lhe interesse.



Os municípios que se danem, se acreditarem na proposta. A maioria dos professores municipais é leiga (sinônimo de analfabeta) sujeitando-se a ganhar até R$ 6,00 por mês, quando recebe. É um contingente eleitoral pouco significativo e facilmente engambelável pelos candidatos, já que prometer igualdade salarial aos melhor aquinhoados é voto certo.



Também para aprovar a reforma administrativa, com a qual pretende de imediato demitir milhares de funcionários, procura pretextos que enganem os menos avisados. O Bresser já completou a lista das dispensas por incompetência para poder admitir seus apaniguados por DAS mesmo sem vínculo empregatício. E essa vai ser a política do Fernando Henrique: demite pessoal para abrir vaga para o fisiologismo que" constrange" deputados e senadores. E o povo?



Outra façanha interessante do nosso presidente foi o estabelecimento do valor da VIDA: R$ 149.000,00. Para calar a boca dos militares - responsabilizados pelos "desaparecidos", um aumentosinho salarial sob o título de gratificação de atividade especializada. O regulamento assegura o silêncio da tropa. A gratificação compra.



Pelo menos alguma coisa ficou definitivamente assentada: o valor de uma vida. Se seu filho ou seu pai for morto ou "desaparecer" o governo indeniza com R$ 149.000,00 e o caso está encerrado. Os herdeiros sorrindo festejarão a conveniente perda e, talvez, estimulem outros parentes a candidatar-se. Justiça aos executores de forma alguma pois a anistia lhe assegurou isenção. Não mataram, apenas habilitaram herdeiros a uma razoável compensação material.



Sem ressuscitar saudosismo, recordamo-nos de épocas em que a dignidade não era virtude. O cidadão quando eleito para uma cÂmara legislativa, mesmo municipal, era distinguido por sua competência, probidade e dignidade, exercendo o mandato como uma honra e um reconhecimento. Apenas senadores e deputados federais percebiam ajuda de custo, por se transferirem para o distrito federal onde fixavam residência. O fisiologismo, embora existindo, era reduzido a um mínimo, por recato. Poucos se tornaram políticos profissionais ou representantes de feudos. Bem ao contrário de hoje. Até os funcionários das câmaras, assim como das repartições públicas, vestiam traje completo e as poucas mulheres apresentavam-se recatadas em seus costumes discretos, elegantes mas com saias quando ousadas à altura dos joelhos. Era um visual agradável que sugeria respeito e ordem. Muito ao contrário de hoje quando um presidente faz visitas oficiais vestindo camisa com manga arregaçada e desabotoada.



Provocar o desenvolvimento, aumentar a produção, gerar empregos, consolidar a educação e a assistência médica, acabar com a marginalidade, restaurar a família, restituir a dignidade do povo é a obrigação de quem governa, mormente quando se intitula sociólogo. Cercar-se de auxiliares capazes e responsáveis seria a lógica esperada, mas conceder ministérios para promotores de campanha eleitoral e distribuir cargos a representantes dos colaboradores financeiros não deixa qualquer perspectiva de boas intenções.



Entregar o ministério da agricultura ao banqueiro que financiou a safra a juros escorchantes e mandar o BB abrir novas operações para que os inadimplentes possam saldar o crédito daquele seu financiador, é pensar que todos nós somos anjinhos. Liquidar um banco dois anos depois de sabe-lo insolvente só poderia ser medida política muito bem endereçada. O que faz o Banco Central? Não é o órgão fiscalizador do sistema? Não sabe a quantas andam seus fiscalizados? A explicação parece óbvia: quem nomeia o presidente do B.Central e do Banco do Brasil ?



Por essa razão estou concordando com a proclamação do M.A.R., um "movimento" que li num prospecto, que se propõe acabar de vez com o abuso e a impunidade dos governos, convocando as classes produtoras a ocupar seu papel perante o País. Suas recomendações, como se pode ver, interessam aos agricultores e aos produtores em geral, consubstanciando-se em:



Plantar menos, produzir menos e determinar preços que permitam recuperar os prejuizos que acumulam hà anos como inocentes úteis da política do governo. E assim deverão proceder as demais classes produtoras, tanto dos empresários como dos trabalhadores para mostrar a força que possuem. Os poupadores, sabendo que novas liquidações estão por vir, transferirão suas economias para o dólar - única coisa que merece crédito e vale em toda a parte e a qualquer instante. O dólar vai sufocar o real dentro em pouco tempo, dando bom lucro aos seus portadores. E o governo sentirá os efeitos. Talvez nem ligue muito para isso porque sempre poderá reduzir o teto mínimo do imposto de renda fazendo que mais trabalhadores contribuam, assim como agiram com a previdência aumentando o desconto de uma considerável faixa.



Os sérgios da vida, assim como os bresser, os serras, os fernandos e os vieiras cobrem fielmente as características necessárias a um presidente que nada pretende, a não ser exigir o tratamento protocolar correspondente ao primeiro mandatário, mesmo não tendo carisma nem origem para tal. São os sociólogos que desconhecem os problemas sociais de um povo ou de uma nação porque estes não pertencem à soçaite onde convivem, muito embora se intitulando "neo-social".



Tudo na vida é cíclico. Se voltarmos à história das civilizações e observarmos as transformações que se registram no meio ambiente poderemos concluir não ser difícil passar de dóceis figurantes a violentos integrantes de movimentos populares. Muitas cabeças poderão rolar na busca da identidade perdida. Mas a dignidade poderá ser restaurada, apesar do preço.



Que se cuidem os atuais donos do poder e da verdade. O comando dos destinos deste País pode passar para as falanges das favelas - os organizados controladores do narcotráfego. Pelo menos a segurança voltará às ruas pois as falanges não admitem confronto. Farão o que a polícia não consegue e nem pretende fazer, sendo governo. O Cesar Maia, no Rio, já está sentindo na carne o que alertamos aqui. E outros "mandatários" poderão ter sua vez, até mesmo em Brasília.



O Banco Central acaba de "liberar" recursos para sustentar a maioria dos bancos cuja rede já está totalmente desacreditada. Os aplicadores transferiram seus saldos para os aparentemente mais sólidos, mas a CEF encontra-se com déficit de 78 bilhões e provavelmente ficará desacreditada. Chegou, como avisamos antes, a vez do dólar. Arrepender-se-ão aqueles que não atentaram para isso. O próprio governo está sugerindo que financiamentos sejam reajustados pela variação dessa moeda. E isso é sintomático! O BNDES está financiando planos de desemprego "voluntário". Está retirando o "S" do social.



Para que o Brasil alcance sua predestinação histórica será necessário que o povo faça valer seu poder através das classes produtoras e trabalhadoras, impondo-se pela força. Se não recolherem impostos, não produzirem para exportar, se desenvolverem o trabalho informal sem carteira assinada nem incidências sociais, se estabelecerem seus preços de acordo com a demanda, se deixarem de emitir notas fiscais ou adotarem o ágio, o governo sentirá na carne o seu futuro. Mas o país crescerá e seu povo sentirá resgatada sua identidade.



Plantar menos para obter preços melhores; suspender o plantio de grãos exportáveis; diminuir a produção industrial; reduzir estoques e trabalhar com entregas pós-fixadas; reter produtos para incentivar o ágio; reduzir ao mínimo o consumo; transferir para o dólar suas aplicações; reter em casa o máximo possível de suas disponibilidades financeiras e gozar a cara do presidente quando vier apelar, em rede nacional, para o aumento do consumo poderão ser as recomendações viáveis para a salvação nacional.



Esse o custo de uma provocação que está ultrapassando os limites da tolerância de um povo.(Dez/95)

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