Eu canto como canta uma ave
Que presa numa triste gaiola,
Espera que ao romper da aurora
Um raio de sol a liberte e salve.
E ao ver no céu o sol arredio
Despedir-se da tarde com a mesma dança,
Sente na alma um imenso vazio
E por isso canta, e canta, e canta.
Esse canto, que mais parece um lamento,
Saúda as nuvens, a chuva, o vento
E, notem vocês, é dorido e sem alegria.;
Eu também quando canto é assim,
É o pássaro que existe em mim
Querendo se libertar um dia!
-Selecionada no VII Concurso Nacional de Poesia
Francisco Igreja-RJ - |