Nosso genial e saudoso Stanislaw Ponte Preta foi profético em designar a televisão como "a máquina de fazer doido". Acrescentaria que vem se tornando também "máquina de fazer imbecis, alienados, incivilizados".
O espaço da Usina de Letras me parece ideal para propor um movimento de repúdio a este modismo ridículo, denominado reality show, que em minha opinião é o que há de mais grotesco, fútil e vulgar que já surgiu nestes últimos tempos.
Será que ninguém fica indignado com tanta baixaria e imbecilidade? Será que se trata de um projeto de “idiotização” do público? Rogo aos leitores que por acaso ainda tenham um pouco de bom senso e de bom gosto que se pronunciem sobre esta aberração, ou será que apenas eu estou alarmado com tanta imbecilidade?
É impressionante o esforço de algumas emissoras de TV no sentido de imbecilizar as massas, bombardeando o público com excrescências televisivas como este tal de Big Brothe Brasil e Casa dos Artistas! Um festival de baixarias, desequilíbrio emocional, incultura, incivilidade, enfim, a glorificação do fútil e a exaltação mórbida da irracionalidade e da falsa euforia, em bodas adulterinas do mau gosto com a vulgaridade.
Esta gente vive em torno do corpo, do prazer imediato, do consumismo, dos divertimentos frívolos e escrachados, além de – é claro – das brigas mais incoerentes.
Tal comportamento infantilóide e desvairado não consegue encobrir, porém, a grande questão: e o espírito? E a essência que transcende a aparência? E o sentido da própria existência?
Daí as choradeiras e impasses, pois se deparam com um imenso vazio em si mesmos e, no fundo, sabem que não há conteúdo significativo e nem há qualquer consistência neste novo festival de besteiras que assola o país.
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