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Textos_Religiosos-->LEMBRA-TE DE MIM! -- 01/11/2006 - 22:02 (ANTONIO LUIZ MACÊDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LEMBRA-TE DE MIM!
Antonio Luiz Macêdo

As palavras do título podem apresentar duas conotações de entonação diferentes, desde que se varie a pontuação: “Lembra-te de mim?” ou “Lembra-te de mim!”
O primeiro caso é típico de amigos que há muito tempo não se encontram, talvez até decênios, e que de uma hora para outra se deparam, um na frente do outro. Se o outro amigo lembra, vem aquele abraço apertado, algumas recordações “daquele tempo...” E dependendo da disponibilidade de tempo então, é papo para um dia inteirinho ou mais.
O segundo caso aplica-se com maior densidade aos namorados, aos noivos, aos esposos, enfim, aos que se amam de verdade, quando de uma viagem longa que os deixará separados fisicamente, não de alma, visto que o amor rompe as barreiras do tempo e das distâncias. Esta entonação exclamativa não sugere algo imperativo, mas um pedido em tom de prece: “Lembra-te de mim!” É como se o medo do esquecimento se desfizesse e reavivasse no coração de quem ama a certeza da presença lembrante ou da lembrança presente.
Se se tratasse de um marginal que você viu na sua telinha, praticando atrocidades de toda espécie, inclusive dentro da casa do seu amigo, suas reações seriam bem outras. Revide, violência, xingamentos, ira, ódio...
Dois homens, na sexta-feira santa, passaram por esses tipos de emoções e sentimentos. Os evangelhos apócrifos guardaram os seus nomes: Dimas e Gestas. Condenados à morte de cruz por serem ladrões e salteadores, estavam, um à direita e o outro à esquerda de Jesus. Gestas insultava, ultrajava, desafiava, questionava, blasfemava... Dimas, olhos fixos em Jesus, volta-se para Gestas e diz: “Nós estamos pagando pelo que fizemos. Nós somos merecedores desta morte. Mas este homem não fez nada. Ele é inocente.”
Eu fico imaginando aqui no meu cantinho, de onde escrevo para vocês sobre as coisas de Deus, no momento com os olhos cheios de água, o que deve ter passado pelo coração de Jesus ao ouvir estas palavras. Nos estertores de uma agonia sem limites, estas palavras foram acolhidas como limite, mesmo que momentâneo, para sua dor. Ecoaram em sua memória palavras proferidas poucos dias antes “Existe mais alegria no céu por um pecador que se converte...”
Os olhos de Jesus encontram-se com os olhos de Dimas. O fruto desse encontro é colhido pela Misericórdia, dos lábios do ladrão: “Lembra-te de mim quando estiveres no teu reino!” Palavras carregadas de arrependimento, de súplica, de perdão. No último instante um raio daquele olhar tocou o seu coração. “Lembra-te de mim!...” A resposta não poderia ser outra: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso.”
Quando os soldados chegaram para verificar se os crucificados estavam mortos, observaram que Jesus não mais respirava. Quebraram as pernas dos ladrões para que a morte fosse consumada rapidamente.
Dimas não precisou nascer outra vez. Não necessitou voltar para “pagar” aqui o que havia semeado de mal. Como ladrão adentrou ao paraíso; mas um ladrão que passou pelo cadinho do arrependimento e foi acolhido pela misericórdia infinita “uma única vez”, como nascera também “apenas uma vez”.
Dizem que ele roubou até a salvação. Se chegou a tal ponto a sua astúcia, o dom de Deus foi muito mais além: porque “ninguém pode salvar-se a si mesmo”.
De uma coisa, porém, eu tenho certeza: o arrependimento é a chave que abre o segredo da Salvação.
“Jesus, lembra-te de mim! Jesus, lembra-te de nós!”
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