Água gelada “docinha”
Depois d´um caldo bem quente
No boteco do mercado
Começava a chegar gente
No amanhecer do dia
Findava farra e forria
Pra mim, e pro meu parente
Antes lá em Viçosa
Na Igrejinha do Céu
Rolava o maior chamego
Neblina formava o véu
Renato no violão
Mulher sentia a paixão
Pra ele tirava o chapéu
Meninas do Camocim
Sorteados conhecemos
No forró do Paraíso
Logo nos abufelemos
Pra ficar mais à vontade
Curtir pra deixar saudade
Na Igreja nos reservemos
Já diz um velho ditado
Pra resolver uma paixão
O remédio é arranjar outra
Acabar a desilusão
Renato com esse intuito
Dançava, mas era muito!
Ao som da banda explosão
Havia um certo cansaço
Depois de duas noitadas
Quinta e sexta em Fortaleza
Varamos a madrugada
Sábado à tarde viajamos
Inicio da noite chegamos
Sem querer fazer mais nada
Mas demos uma saidinha
E logo soubemos da festa
Um perguntava pro outro
E com esse cansaço, presta?
Rapaz, ouvindo o balanço...
Ir dando bicada bem manso
A farra a gente atesta
Vou lá, eu pensava...
Assim foi dito e foi feito!
Renato tocava, eu cantava...
Ouvia grudada em meu peito
Uma mulher carinhosa
Nos toques era bem mimosa
Deixando o encontro perfeito.