Conhecer um poeta,
É conhecer a essência
Das frases, e a cadência
Que existe numa poesia.
É varar a madrugada
Completamente enfeitiçada
Sem notar que já é dia.
Namorar um poeta
É conviver com um chato
E supersensível ser,
Que consegue ver
Centenas de flores
Onde só vês mato,
E luz, onde nada vês.
Apaixonar-se por um poeta
É como ter um pouco do céu
E do mar sempre ao teu lado,
É ter quem te descubra o véu
Dos teus mais recônditos segredos,
É ter quem compartilhe teus medos
E que nunca ser-te-á revel
Enquanto estiver apaixonado.
Amar um poeta,
É como amar
Alguém que não existe,
Que por qualquer coisa fica triste
Mas sem perder o brilho no olhar.
E que tem, no peito guardado,
O maior dom que pode ser dado,
Que é o dom de perdoar.
Amar um poeta,
É amar a magia
Que se esconde na lua brilhante e fria,
O sol dos que amam aqui na terra.
É viver num encantamento eterno,
Ao abrigo do peito amigo e terno
Que o coração de um poeta encerra.
Amar um poeta é amar a brisa
Que sopra irrequieta e tua face alisa
Numa suave carícia refrescante.
É amar o silêncio que traz a paz e aquieta
Interiores tormentos do teu coração
Fazendo-te crer que vencerás facilmente
Tua mais invencível ilusão.
Amar um poeta, é pois,
Viver a vida intensamente
(Não viver por viver simplesmente)
E sem deixar nada prá depois.
É se maravilhar com a simplicidade
Das coisas, e com a felicidade
Que viverá sempre a dois.
-poesia classificada no II Concurso Literário
" E POR FALAR DE AMOR " -VOL. II- RJ- 2001
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