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Contos-->A Solidão Mora ao Lado -- 10/07/2003 - 16:36 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A solidão é um estado de espírito. Podemos nos sentir solitários em meio a milhões de pessoas. É absolutamente normal nas grandes cidades vermos aquelas fisionomias cerradas, cabisbaixas, de poucos amigos, como que a dizer: não se aproxime. Nos dias de hoje observo este fenômeno com absoluta normalidade.

As pessoas abrem os jornais e estão lá: crimes. Ligam a TV: crimes. Saem às ruas: crimes. Vão ao cinema: crimes. Nossas mentes devem agir por impulso frente a este acúmulo de informações negativas. Vamos fechando, aos poucos, a nossa guarda até sermos ilhas em meio a um oceano de gente. Isto é ruim.

Meus pais são de São Paulo, mas hoje residem no interior do estado. Joanópolis – SP. Lá a situação é outra. Ninguém, absolutamente ninguém, deixa de ajudar quando o outro necessita. Certa feita meu pai passou mal em uma das belas ruas desta pequena cidade de oito mil habitantes. Foi imediatamente socorrido e a família comunicada em quinze minutos. Moro na capital e fico tranqüilo com a segurança deles por lá, distante cento e cinqüenta quilômetros.

Aqui? Posso morrer no meio da rua, ter um ataque nervoso, ser acometido por uma síncope que dificilmente alguém irá parar para me socorrer. Ficarei estatelado no meio fio. Existem exceções à regra? Lógico. Já passei por duas situações opostas.

No auge de uma de minhas crises depressivas, no ano passado, fui acometido por uma crise nervosa e decidi saltar do Viaduto do Chá. No coração da minha metrópole. Tudo bem que talvez não fosse capaz de tal ato, que estava exaltado, mas só obtive ajuda depois de mais de uma hora ameaçando o suicídio. E na realidade quem ligou para o telefone de emergências fui eu. Pois é. A idéia era chamar a atenção mesmo. Agora posso dizer isto consciente, mas naquele momento poderia ter acontecido qualquer coisa. Inclusive minha queda. Estava debruçado no viaduto quando um rapaz passou e disparou uma pérola dos nossos tempos...- Para de enrolar e pula logo. Será que ele realmente desejava isto?

Em uma outra situação não me senti bem na plataforma do Metrô. Era síndrome do pânico. Desmaiei. Quando voltei à consciência estava com uma moça a acariciar meus cabelos me protegendo. Chamou por socorro e acompanhou meu atendimento. Foi comigo até o hospital e somos amigos até hoje. O nome dela é Sandra Parra, é atriz e por desígnios de Deus está adaptando minhas crônicas, a série denominada Perdido na Metrópole, para o teatro.

Duas situações antagônicas e verdadeiras.

A solidão também tem seu lado bom. Estar sozinho e ler um bom livro, ouvir boa música, meditar...Quantas coisas boas! A pior solidão é a que não escolhemos. Quando não suportamos nem mesmo a nossa própria presença.

Por esta razão, acredito, que tantos digam que para estarmos bem com alguém, precisamos, primeiro estar bem com nossa essência. Aceitarmos o nosso verdadeiro jeito de ser. Amarmos a si próprios é sempre o primeiro passo.

Assim podemos compreender o por que do suicídio de artistas com uma incontável legião de fãs. Para estes ídolos de nada adiantava o reconhecimento dos outros. Os aplausos alheios, na realidade, de nada deviam valer.

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem e colunista. Ilustração: Bruno César.







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