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Cronicas-->Projeto Genoma -- 29/07/2000 - 19:32 (José Renato Cação Cambraia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A novidade de algumas semanas atrás, quando comecei a escrever esta crónica, ou o que quer que isso seja, era então o projeto Genoma. Como fui elegantemente provocado pelo meu amigo Marcelo a responder à sua crónica, fiquei alguns dias atrasado nesse assunto tão polêmico e interessante. Afinal, até que enfim eles conseguiram mapear o nosso código genético, e finalmente poderemos descobrir por que, quando envelhecemos, nossos cabelos caem, porém curiosamente pêlos novos em folha surgem de dentro das nossas orelhas, que por sua vez ficam grandes e moles. E ainda, por que alguns gostam da bisteca mal passada enquanto outros as preferem bem tostadas.
Eu apenas temo que, apesar das coisas boas, como permitir enfim a cura do càncer e do cutuco de nariz no trànsito (será que eles pensam que estão invisíveis dentro do carro?), fatalmente chegaremos a uma nova Hitlerização, pois todos os caras vão querer ser iguais ao Brad Pitt (menos eu, que preferiria ser igual ao Al Pacino no Poderoso Chefão, que é muito mais legal) e as meninas iguais à Gisele Bundchen Se bem que há alguns caras que também vão querer ser iguais à ela, mas aí é outro papo.
Porém, o que mais me interessa é saber quando poderemos, através de modificações genéticas, adquirir alguns superpoderes, como por exemplo, respirar embaixo d´água, ter visão de raio-x, visão de infravermelho, ficar invisível (para cutucar o nariz sossegado) e, principalmente, o poder mais legal da Galáxia: a "força" Jedi!
Uma conversa de boteco, quando todos já tiverem seus superpoderes:

- Aí o Bulhões, meu chefe, disse que eu não tinha entregue o relatório, mas foi o imbecil do Freitas que deixou cair atrás da impressora. Eu não quis nem saber, mandei meu chefe praquele lugar, dei uma pirueta mortal, já sacando meu sabre de luz e...
- Hi, Almeida, olha ali o cara de pau do Lino. Vou sair correndo na velocidade do The Flash antes que ele sente aqui com a gente!
- É mesmo, quando chega a conta esse cara sempre fica invisível e some...

Falando em super-heróis, por que será que eles têm aquela fixação por capas? Experimente qualquer dia amarrar um pano no pescoço e ir trabalhar. Já no carro começa o incómodo, com certeza vai ficar uma ponta pra fora da porta e as pessoas rirão "olha lá a capa dele presa pra fora, há há há!". Pelo que vejo no cinema, as capas servem simplesmente para aquela virada rápida logo após o encontro com a donzela, que fica ali parada, pensando talvez: "Quem é esse idiota que, além de máscara, usa uma capa?". Se eu fosse um super-herói, definitivamente, dispensaria esta inutilidade. Seria um herói mais despojado, como o Acquaman, ou o Wolverine.

Ou ainda no escritório:
A porta se abre de repente e Almeida vê a entrada triunfal do Bulhões, seu chefe, usando um capacete e uma capa preta e dizendo, com voz teatral:
- Almeida, seu mandrião! Quero aquele relatório pronto até as quatro, senão...
- Senão?
- Eu esmagarei seu crànio com minhas novas garras de titànio!
E o Bulhões, saindo da sala, gira seu corpo e a capa venta sobre o pobre Almeida, que imagina até quando aguentará essa tirania.

Tudo bem, eu concordo que talvez seja impossível termos esse tipo de superpoderes, mas pelo menos eles deviam tentar utilizar algumas habilidades naturais dos nossos amigos animais, como por exemplo o faro apurado do cachorro, a visão noturna da coruja e a velocidade do jaguar. Atualmente, algumas pessoas têm apenas características pejorativas, como um QI de ameba e cheiro de gambá. Mas não estamos longe, pois a própria seleção natural está produzindo pessoas com novas habilidades, como a alta velocidade para mudar de canal no controle remoto, e a cara-de-pau inabalável para não pagar contas.
Bom, tudo isso é bobagem. Claro que nós, os seres humanos, senhores da Terra, teremos sabedoria suficiente para utilizarmos somente para o bem as possibilidades que o Projeto Genoma permite. Com certeza pensaremos sempre no menos afortunado, naquele que sofre, e tal. Afinal, há séculos somos um planeta organizado, que vive em harmonia com o ambiente, com os animais e com nós mesmos. De maneira nenhuma o homem civilizado investiria seus recursos apenas nos seus interesses particulares e egoístas, deixando de lado o sofrimento humano, como a fome e a miséria, para sustentar apenas seus deleites e sonhos de consumo mais insanos. Talvez isso aconteça numa galáxia muito, muito distante...

(Jornal A SEMANA, 29/07/00)
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