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Poesias-->A TUA IMAGEM -- 20/01/2004 - 15:09 (débora cristina denadai) |
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A tarde cai lentamente sobre mim.
Vejo em torno as cores do dia que se despedem,
dando lugar, aos poucos, ao azul da noite que chega.
Tão lentamente quanto cai a tarde,
aproxima-se a noite, com suas asas de veludo
a fazer-se teto sobre todos.
Tua imagem surge entre as estrelas.
Esfrego os olhos.
Devo estar vendo coisas.
Retomo meu olhar distraído
aos carros que correm apressados.
Os carros querem chegar depressa.
As luzes da cidade vão se acendendo
iluminando a noite,
fazendo-lhe brilhar as asas.
Os carros voam.
Querem chegar depressa.
As estrelas acesas.
Tua imagem entre elas.
Meus olhos ardem.
Não cesso de ver-te.
Desvio novamente o olhar.
Vejo os olhos vermelhos do semáforo
que ameniza a pressa dos carros
que voam.
Eles querem chegar depressa.
Meus olhos voltam a buscar outras imagens.
Teus olhos estão no meio das ruas,
entre os carros que voam, voam....
querem chegar depressa.
A tua imagem não cessa.
Ela sempre vem depressa.
A noite escureceu tudo à volta.
Não há mais carros que voam,
não há mais semáforos de olhos vermelhos,
não há mais estrelas.
Só a noite e suas asas de veludo azul escuro
e a tua imagem que teima em estar acesa
nos meus olhos vermelhos.
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