Não sei se o que hoje te dou
é bem o que chamas amor.
Tampouco se o que ofereço,
sem laços, fitas, adereços,
tens em teu peito com apreço.
Mas, guarda contigo a certeza,
que o meu carinho é teu,
entregue com toda a leveza
de quem caminha descalço
sobre nuvens de algodão.
Quisera entregar-te já
o que quer teu coração...
Mas, se não o faço, é certo,
que espero pelo momento,
em que venha de peito aberto,
e que venha sem tormento,
solto, seguro, certo.
Se não chegar, meu querido,
o que já tens e o que temos,
mesmo que eu jamais imaginasse
é o que jamais terei tido,
ainda que o procurasse...
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