Quando te olho eu vejo,
(e até quando não olho, ainda vejo)
algo que apenas aos meus olhos é permitido:
vagueiam, ambos, de um lado a outro,
e, num mirar consentido,
encontram os teus a me fitar.
quando te olho, eu vejo,
o meu mais antigo desejo,
de encontrar sem buscar
minha alma gêmea, meu par.
a te olhar permaneço,
em doce loucura, me esqueço
que outros guardam o meu olhar.
voltam então, os meus olhos,
a perambular, meio tontos,
como a buscar o encanto
do nosso encontro no olhar.
quando te olho, o que eu vejo?
vejo as respostas, que um dia
busquei, na ânsia e agonia
de tentar me encontrar....
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