Folha em branco.
Imaculada.
Nela nada registrado.
Nenhuma dor, nenhum amor,
nem alegrias, nem nostalgias.
Branca. Vazia.
Nenhuma emoção marcada,
marcante
nenhum delírio de coração errante.
Nenhuma canção,
nenhum verso, poesia,
nem uma palavra sequer,
nenhuma secreta agonia,
bem-me-quer, mal-me-quer...
Rio seco.
Nem mesmo a lembrança do leito.
Nenhum resquício daquilo
que em algum dia sufocou o peito.
Pés descalços, mãos vazias...
Espinhos em um, amarras nas outras
sem lembranças, sem marcas, sem roupas.
É assim que ela segue.
Sem passado.
Sem presente.
Sem futuro.
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